PSD acusa Governo “social comunista” de “irresponsabilidade financeira” no SNS
"O SNS é uma realização demasiado importante para que a irresponsabilidade financeira de um Governo social comunista possa acabar por pôr em causa o regular funcionamento dos serviços públicos de saúde", aponta o PSD
O PSD anunciou ter entregue no Parlamento um projeto de resolução a recomendar a redução do montante das dívidas do Serviço Nacional de Saúde (SNS), acusando o Governo “social comunista” de irresponsabilidade financeira.
“O SNS é uma realização demasiado importante para que a irresponsabilidade financeira de um Governo social comunista possa acabar por pôr em causa o regular funcionamento dos serviços públicos de saúde e, com isso, o próprio acesso dos cidadãos aos cuidados de saúde”, afirmou a deputada do PSD Ângela Guerra, numa declaração política no plenário da Assembleia da República.
Estimando que a dívida total a fornecedores ultrapasse neste momento os 1.500 milhões de euros, a deputada social-democrata anunciou a entrega de um projeto de resolução no qual recomenda ao Governo que se reduza o montante das dívidas e insta o executivo socialista a prosseguir uma política de “rigor financeiro e de investimento na gestão dos recursos”.
Além deste diploma, revelou, o PSD entregou ainda outro projeto de resolução que recomenda ao Governo que reduza o recurso aos chamados “médicos tarefeiros”.
“Apesar das palavras ‘doces’ do ministro da Saúde, junto dos seus novos amigos da extrema-esquerda, só no primeiro semestre deste ano, o SNS gastou mais de 47 milhões e efuso com essas prestações de serviços”, disse.
Corroborando as críticas do PSD, a deputada do CDS-PP Isabel Galriça Neto disse querer um pacto para a saúde, mas recusou o “pacto de silêncio com que se tenta branquear a realidade dos problemas graves que existem na saúde”.
“O silêncio é ensurdecedor”, vincou.
Pelo PS, o deputado António Sales lembrou os problemas que o país enfrenta com o défice, gracejando que “o bom desempenho do Governo fez com que o PSD se esquecesse do défice”.
António Sales respondeu ainda às críticas recuperando números de 2014 e 2015, altura em que as dívidas a fornecedores também aumentaram, passando de 1,7 mil milhões de euros para 2.079 mil milhões.
“Quem perdeu o pio no anterior Governo foi o PSD e o CDS-PP, ninguém os ouviu dizer nada quando o anterior Governo cortava a eito nos cuidados de saúde”, acrescentou o deputado do BE Moisés Ferreira.
Da bancada do PCP vieram também ataques ao anterior Governo PSD/CDS-PP, com a deputada Carla Cruz a notar que existem dívidas a fornecedores que datam de 2014.
A deputada comunista devolveu ainda as acusações de que o PCP agora “ouve e cala”, questionando os sociais-democratas sobre a sua atitude quando o Governo era liderado pela coligação PSD/CDS-PP.
“Anda muito enganada e distraída, o PCP tem colocado os problemas e sabe muito bem que sempre dissemos que Governo PSD/CDS tem uma enorme responsabilidade nas situações hoje vividas no SNS”, acrescentou Carla Cruz.