7 Dez, 2016

Projeto de investigação Therapeutics4DM conquista Bolsa Nuno Castel Branco da SPD

O projeto de investigação “Therapeutics4DM”, desenvolvido em conjunto com o iBET, ITQB-NOVA, CEDOC,IMM e Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal, foi distinguido pela Sociedade Portuguesa de Diabetologia (SPD) com a Bolsa Nuno Castel Branco

O projeto de investigação “Therapeutics4DM”, desenvolvido em conjunto com o iBET, ITQB-NOVA, CEDOC,IMM e Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal, foi distinguido pela Sociedade Portuguesa de Diabetologia (SPD) com a Bolsa Nuno Castel Branco, prémio atribuído anualmente pela SPD sob a forma de uma bolsa e que visa contribuir para o incentivo das actividades da investigação científica e divulgação na área da Diabetologia, e, assim, para o progresso das Ciências Médicas em Portugal no campo da diabetes.

O objetivo do projeto “Therapeutics4DM” é desenvolver estratégias que previnam a morte de células beta pancreáticas.

A morte das células beta do pâncreas, responsáveis por sintetizar a insulina, é um fenómeno associado à Diabetes Mellitus Tipo 1. A redução destas mesmas células acontece igualmente na Diabetes Tipo 2, assim como nos indivíduos sujeitos a transplante do pâncreas. Apesar deste conhecimento, as terapêuticas para a Diabetes têm-se focado na administração de insulina e pouco se tem feito para desenvolver soluções que previnam a morte das células beta.

Segundo Regina Menezes, investigadora do iBET e ITQB-NOVA e uma das responsáveis pelo projeto, “queremos desenvolver estratégias que previnam a morte de células beta pancreáticas, e é nisso que se baseia este projeto”.

A Diabetes Mellitus Tipo 1, autoimune, caracteriza-se pela morte das células beta do pâncreas, mais especificamente localizadas nos ilhéus pancreáticos, os produtores de insulina.

Na Diabetes Mellitus Tipo 2 verifica-se a agregação do polipéptido amilóide dos ilhéus (IAPP – do inglês Islet Amyloid PoliPeptide) considerada como um processo patológico e crítico também associado à morte de células beta do pâncreas.

A mesma situação verifica-se em pacientes sujeitos a transplante do pâncreas. Paralelamente, são encontrados níveis elevados de IAPP em pacientes recém-diagnosticados com Diabetes Tipo 1, sugerindo que a toxicidade do IAPP é também um fator que acelera a progressão inicial da doença.

A investigadora explica que o projeto ajudará a perceber de que forma a agregação do IAPP contribui para o processo inicial da Diabetes Tipo 1 e para o desenvolvimento da Diabetes Tipo 2, assim como para o insucesso dos transplantes pancreáticos nos diabéticos tipo 2.

Resultados animadores dos compostos polifenólicos
Da mesma forma, o “Therapeutics4DM” pretende elucidar quais as vias associadas à toxicidade do IAPP para, a partir deste conhecimento, identificar moléculas que poderão estar na base do desenvolvimento de terapêuticas alternativas.
“Temos vindo a investigar compostos polifenólicos, existentes por exemplo em amoras e framboesas, que depois de ingeridos geram metabólitos capazes de prevenir a formação de fibras amiloides de IAPP e a respetiva toxicidade” afirma Cláudia Santos, coordenadora dos laboratórios de Nutrição Molecular e Saúde do iBET e ITQB-NOVA, que considera estes resultados animadores.

A confirmar-se, este seria mais um passo para converter os resultados do projeto em novas estratégias terapêuticas e medicamentos inovadores, que poderão futuramente ajudar milhares de diabéticos em todo o mundo. Lembre-se que a Organização Mundial de Saúde estima que 6% da população do planeta viva com Diabetes.

A prevalência da doença aumenta com a idade, para ambos os sexos, e o risco estimado de DM ao longo da vida é de 30 a 40%, estando associada ao desenvolvimento de lesões no pâncreas e, a longo prazo, a um risco acrescido de complicações oftalmológicas, renais, cardíacas, neuropáticas ou vasculares.

Fonte: comunicado de imprensa

 

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