Presidente da Câmara de Santarém lamenta chumbo de pedido para hospital privado

O presidente da Câmara de Santarém lamentou ontem o chumbo […]

O presidente da Câmara de Santarém lamentou ontem o chumbo pela oposição do pedido de informação prévia para construção de um hospital do Grupo Luz Saúde num terreno onde durante anos se ergueu o “esqueleto” de um hotel.

Ricardo Gonçalves (PSD) afirma, em comunicado, que, após a inviabilização da informação prévia, na reunião do executivo de segunda-feira, contactou o promotor do investimento, a Fidelidade Property Europe SA, para que Santarém não perca “esta oportunidade”.

Referindo que o assunto voltará a ser apresentado para deliberação, o autarca declara-se “certo de que a oposição reavaliará a sua posição, considerando a importância” do projeto para o concelho e para a região.

Na reunião de segunda-feira, os eleitos do PS e da CDU, que juntos formam a maioria do executivo (cinco votos contra quatro do PSD), votaram contra, alegando os socialistas que a classificação do terreno no Plano Diretor Municipal (PDM) limita o uso a equipamentos turísticos.

Invocaram ainda a existência de uma cláusula contratual que impõe o pagamento de uma multa se houver incumprimento em relação ao fim constante na escritura.

“É desconfortável termos que rejeitar um projeto com o qual até concordamos”, afirmou o vereador socialista Sérgio Cardoso, com o seu colega de bancada Celso Brás a pedir que o projeto seja analisado quando o novo PDM (em fase final de revisão) estiver em vigor para que não haja “interpretações dúbias”.

Já o vereador da CDU, Francisco Madeira Lopes, pediu que o assunto seja colocado em debate “com mais tranquilidade” e fora da apresentação de um pedido de avaliação prévia.

Sublinhando a convicção do seu partido de que o aparecimento de um segundo hospital privado em Santarém (a CUF comprou o Hospital Privado em 2015) se segue “ao desinvestimento” no Hospital Distrital de Santarém e nos cuidados primários, sobretudo no sul do distrito, Madeira Lopes considerou que reflete uma “gestão não racional, que abre margem a que se acumulem três hospitais numa só cidade”.

Em comunicado, o presidente da Câmara de Santarém acusa a oposição de “subtilmente” ir inviabilizando projetos estruturantes para o concelho, como aconteceu com o crematório, projeto que vai ser concretizado no vizinho concelho de Almeirim.

“Tudo vamos fazer para evitar que, à semelhança do crematório, este hospital privado seja construído num outro concelho”, declara.

Para Ricardo Gonçalves, o argumento de incongruências com o PDM em vigor é “incompreensível”, pois o executivo que lidera “sempre pautou e continuará a pautar o seu mandato pelo estrito cumprimento da legalidade e pela defesa dos interesses do município”, comprovados pelos vários pareceres técnicos favoráveis, internos e externos, que acompanham o processo.

“A decisão da oposição de votar contra este investimento no concelho foi uma opção pensada e propositada e da qual deverão ser retiradas as devidas ilações”, afirma.

O projeto da Fidelidade, que surge como promitente-comprador ao atual proprietário do terreno, a Ragen, Construção Civil SA, prevê a construção de uma unidade do Grupo Luz Saúde com três pisos e 352 lugares de estacionamento, aproveitamento as áreas não classificadas como Reserva Ecológica Nacional num terreno com vista para o Tejo e onde, de 1991 a 2005, se manteve o “esqueleto” inacabado de um hotel, alvo de várias polémicas.

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