25 Out, 2016

Greve dos precários com grande adesão nos hospitais do Oeste

A adesão à greve iniciada hoje pelos precários do Centro Hospitalar do Oeste atingiu os 100% nas unidades das Caldas da Rainha e Peniche e de 30% no hospital de Torres Vedras, segundo o movimento dos trabalhadores.

A adesão à greve iniciada hoje pelos precários do Centro Hospitalar do Oeste atingiu os 100% nas unidades das Caldas da Rainha e Peniche e de 30% no hospital de Torres Vedras, segundo o movimento dos trabalhadores.

“Nos hospitais das Caldas da Rainha e de Peniche nenhum dos 180 precários se apresentou ao trabalho no turno que se iniciou às 00:00, nem no turno das 08:00, registando-se uma adesão de 100%”, disse à agência Lusa Carla Jorge, porta-voz do Movimento Precários do CHO (Centro Hospitalar do Oeste).

Já no Hospital de Torres Vedras “ainda não se conseguiu apurar números exatos, mas estimamos que a adesão ronde os 30% ou, no máximo, 40%, porque é o local onde existem trabalhadores mais jovens e que têm medo de represálias”, afirmou a porta-voz.

De acordo com a trabalhadora, os efeitos da greve estão a fazer-se sentir em serviços como as urgências do hospital das Caldas da Rainha, que contou, durante a noite, “com apenas dois auxiliares [do quadro], quando habitualmente funciona com quatro”, situação que se agravou com a mudança de turno às 08:00, com apenas duas auxiliares para “assegurar a função de cinco”.

A falta de auxiliares está, também nas Caldas da Rainha, a afetar os serviços de obstetrícia, maternidade e neonatologia, que contam com “apenas duas auxiliares para os três serviços” e destas “uma foi abrigada a seguir turno, ou seja, a fazer dois turnos seguidos”, explicou a porta-voz.

Os trabalhadores que esta manhã se concentraram em frente ao hospital das Caldas da Rainha reclamam a integração nos quadros do CHO, onde prestam serviços através de uma empresa, a Lowmargin.

A reposição das 35 horas semanais de trabalho é, no entanto, a principal reivindicação dos trabalhadores, que admitem terminar a greve convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Centro “assim que a administração [do CHO] e a Lowmargin assegurem, por escrito, que os trabalhadores deixam de fazer as 40 horas”.

Os trabalhadores querem, também, ver garantidos o pagamento dos salários a dia certo e do trabalho extraordinário, o pagamento integral do subsídio de férias e o direito a poderem gozar mais de dez dias de férias seguidos.

O Movimento dos Precários reúne na quarta-feira com a administração do CHO e com a empresa, dependendo do resultado do encontro a manutenção da paralisação por tempo indeterminado.

A Lusa contactou as administrações do CHO e da Lowmargin, mas ambas estiveram indisponíveis para confirmar os números de adesão avançados pelos trabalhadores.

LUSA

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