26 Out, 2016

Parkinson e Epilepsia em debate no IX Fórum BIAL de Neurologia

O Fórum BIAL de Neurologia divide-se em duas plataformas centradas nos temas da Epilepsia e da doença de Parkinson

Realizado em parceria com a Liga Portuguesa Contra a Epilepsia e com a Sociedade Portuguesa das Doenças do Movimento, o Fórum BIAL Neurologia, evento que marca o calendário da Neurologia em Portugal, decorre de 28 a 29 de outubro.

O Fórum BIAL de Neurologia divide-se em duas plataformas centradas nos temas da Epilepsia e da doença de Parkinson.

Na plataforma sobre a doença de Parkinson, Tiago Fleming Outeiro, diretor do departamento de Neurodegeneration and Neurorestoration da Universidade de Goettingen, Alemanha, apresentará os resultados de uma experiência realizada em laboratório que abre novas perspetivas para o diagnóstico precoce e para o desenvolvimento de tratamentos inovadores para a doença de Parkinson.

A equipa liderada por Tiago Fleming Outeiro verificou que determinadas alterações que ocorrem numa proteína muito implicada na origem da doença de Parkinson, a alfa-sinucleína, contribuem para a sua toxicidade. Se for possível intervir neste processo, poderá ser reduzida a toxicidade da dita proteína. Estes dados têm também implicações importantes ao nível dos biomarcadores, abrindo perspetivas para o diagnóstico precoce da doença.

A atualização dos critérios de diagnóstico clínico da doença de Parkinson, com a chancela da Movement Disorder Society serão explicados por Daniela Berg da Universidade de Kiel, Alemanha, que copresidiu à task force responsável pela sua revisão. Irá ser discutido de que forma se integram os sintomas centrais para o diagnóstico da doença de Parkinson, como o tremor, a lentidão dos movimentos e a rigidez muscular, com os denominados sintomas não motores como as alterações da cognição, do sono, urinárias, psiquiátricas e outras, de forma a tornar o processo de diagnóstico mais sensível e mais precoce.

Na área da epilepsia, será apresentado o European Epilepsy Brain Bank por Ingmar Blümcke, da Universidade de Erlangen-Nürnberg, Alemanha, que irá dar a conhecer parte dos resultados de 25 anos de experiências em neuropatologia cirúrgica de epilepsia em quase 10.000 adultos e crianças.

Ley Sander, do Instituto de Neurologia da Universidade de Londres, analisará as comorbidades associadas a esta patologia. Cerca de 80% das pessoas com epilepsia apresentam comorbidades (ou seja, outras doenças associadas) e muitos outros fatores prejudicam a qualidade de vida das pessoas com epilepsia, por exemplo, a discriminação, o estigma, ou os efeitos secundários da medicação.

Peter Kaplan, professor de neurologia na Universidade Johns Hopkins Medical School (EUA), uma das instituições de investigação com maior reputação em todo o mundo, irá debruçar-se sobre um tema de extrema importância: como reconhecer e quando tratar o estado de mal não convulsivo. O estado de mal é uma condição neurológica grave com morbilidade e mortalidade significativas.

Aproximadamente 50 milhões de pessoas em todo o mundo têm epilepsia, o que faz desta doença a condição neurológica grave mais comum. A doença de Parkinson tem em Portugal Continental números surpreendentes devido à elevada prevalência de um gene responsável por um grande número de casos de doença de Parkinson familiar. Os dados disponíveis apontam para uma prevalência de 270/100.000 habitantes na população portuguesa com mais de 50 anos.

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