25 Jul, 2023

Ordem dos Médicos diz que bloco de partos do Santa Maria não tem condições para funcionar

O bloco de partos do Hospital de Santa Maria está previsto fechar para obras, em agosto e setembro, passando os serviços a estar concentrados no Hospital S. Francisco Xavier, que a partir de 01 de agosto volta a funcionar de forma ininterrupta durante sete dias por semana.

Um relatório da Ordem dos Médicos conclui que o Serviço de Urgência/Bloco de Partos do Hospital Santa Maria (Lisboa) não tem condições para se manter em funcionamento, porque “comporta riscos graves” para as grávidas e profissionais de saúde. “A situação de rotura do SUO/BP [do Serviço de Urgência/Bloco de Partos] do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte (CHULN) que se está a viver desde o dia 1 de julho comporta riscos graves para a segurança das grávidas, doentes, médicos e restantes profissionais de saúde”, refere o relatório do Colégio de Especialidade de Ginecologoa/Obstetrícia, a que a agência Lusa teve hoje acesso.

Segundo o documento, “acresce, em gravidade, a ausência de resposta adequada, pelos responsáveis clínicos do CHULN, aos repetidos alertas enviados pelos médicos do Serviço e pela Ordem dos Médicos”, que por três vezes já se deslocou ao centro hospitalar.

Nesse sentido, o colégio da especialidade da Ordem dos Médicos defende que o Serviço de Urgência/Bloco de Partos “não tem condições para continuar aberto nas condições em que tem estado a funcionar”. Advoga ainda que é necessário “um contacto urgente com a tutela do SNS, dado o sério risco regional que está em causa” e que “a população deve ser serenamente alertada e devidamente orientada”.

Para os autores do relatório, assinado pelo presidente do Colégio de Especialidade de Ginecologia/Obstetrícia, João Lima Bernardes, deve ser realizada em tempo oportuno uma visita de verificação de idoneidade formativa. “Os organismos competentes, incluindo os órgãos competentes da Ordem dos Médicos, devem, sem mais demoras, acionar os mecanismos de que dispõem para pôr em práticas as medidas anteriormente enunciadas”, defendem.

No relatório, é referido que nestes serviços “exigem equipas-tipo” de cinco especialistas, mas o que tem acontecido “são equipas constituídas por apenas dois especialistas ou por um especialista e um médico interno (considerando que os médicos internos do 1.º ano não devem ser contabilizados para efeitos de equipas-tipo mínimas).

LUSA

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