8 Out, 2021

OMS publica definição de caso clínico de “longo covid”

Sintomas mais comuns incluem fadiga, falta de ar, disfunção cognitiva, surgindo, normalmente, três meses depois da infeção.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) publicou a definição de caso clínico da condição pós-covid-19, considerada fundamental para o acompanhamento e tratamento de doentes que continuam com sintomas depois recuperarem da infeção.

“Esta definição vai ajudar os médicos a identificar doentes mais facilmente e a garantir-lhes o tratamento adequado. É ainda crucial para a investigação. A OMS encoraja todas as autoridades nacionais, os decisores políticos e os clínicos a adotarem esta definição”, afirmou hoje o diretor-geral da OMS.

Em conferência de imprensa a partir de Genebra, Tedros Adhanom Ghebreyesus salientou que os efeitos da covid-19 “continuarão a ser sentidos por muitos anos”, especialmente nas pessoas que foram infetadas e “continuarão a sofrer” de sintomas, uma condição clínica conhecida por “longo covid”.

A publicação da definição de caso clínico surge na sequência de uma consulta global a doentes e especialistas, disse o responsável da OMS, ao avançar que a “longo covid” ocorre normalmente três meses a partir do início da infeção, com sintomas que duram pelo menos dois meses e não podem ser explicados por um diagnóstico alternativo.

“Alguns doentes reportaram sintomas de pós-covid-19 por muito mais tempo do que dois meses”, assegurou Tedros Adhanom Ghebreyesus.

De acordo com a OMS, os sintomas mais comuns incluem fadiga, falta de ar, disfunção cognitiva, os quais podem surgir após a recuperação inicial de um episódio agudo de covid-19 ou persistir desde o início da infeção.

Este mês, mais de 20 associações de 17 países formalizaram a Long Covid Europe, uma organização para sensibilizar os governos para a situação das pessoas que permanecem com sintomas debilitantes após recuperarem da infeção por SARS-CoV-2.

Segundo esta rede, os doentes de “longo covid” enfrentam os mesmos problemas “em toda a Europa”, caso da falta de consciencialização desta condição clínica, o “acesso inadequado e desigual” a cuidados de saúde e de reabilitação e uma “grave escassez de financiamento para pesquisas” de tratamentos.

A LCE pretende que os governos nacionais reconheçam a “longo covid” como uma crise de saúde pública no âmbito da pandemia.

LUSA

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