2 Set, 2021

Número de hipertensos duplicou a nível mundial, revela um novo estudo

Segundo revelam os especialistas, estes números refletem as tendências associadas a escolhas de estilo de vida pouco saudáveis.

De acordo com um novo estudo global publicado na revista The Lancet, o número de pessoas com idade igual ou superior a 30 anos com hipertensão duplicou nos últimos 30 anos. Mais de metade não está a receber tratamento para esta condição associada aos valores de pressão arterial (PA).

“Definimos hipertensão como tendo pressão arterial sistólica (PAS) a partir dos 140 mmHg ou mais e a pressão arterial diastólica (PAD) com valores iguais ou superiores a 90 mmHg”, começou por explicar a equipa de investigação liderada pela especialista em saúde global da Imperial College of London, Majid Ezzati.

De seguida, “usámos dados de 1990 a 2019 em pessoas com idades entre os 30-79 anos recolhidos de vários estudos representativos da população com medição da PA e dados sobre o respetivo tratamento”. Segundo acrescentam, os registos abrangeram 184 países.

“O número de pessoas com hipertensão duplicou de 648 milhões em 1990 para quase 1,3 biliões em 2019”, descobriram. “A prevalência desta patologia foi maior em toda a Europa Central e Oriental, Ásia Central, Oceânia, África do Sul e alguns países da América Latina e do Caribe”.

De acordo com a sua análise, foi possível confirmar que muitas pessoas não estão a receber atendimento e tratamento para a patologia tanto em países ricos, como em países pobres, o que pode justificar os mais de 8,5 milhões de mortes todos os anos associados a esta condição, dados confirmados pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

“As políticas que permitem que as pessoas nos países mais pobres tenham acesso a alimentos mais saudáveis ao lado de melhorar o diagnóstico, expandindo a cobertura universal de saúde e atenção primária, e garantindo o acesso ininterrupto a medicamentos eficazes, devem ser financiados e implementados para desacelerar a crescente epidemia de PA em países de baixo e médio rendimentos”, disse Ezzati, em comunicado.

“A pandemia de doenças cardiovasculares tem recebido menos atenção nos últimos 18 meses, mas reflete as tendências mundiais associadas a escolhas de estilos de vida pouco saudáveis, como o consumo de alto teor de gordura, açúcar, sal e álcool – hábitos que causam danos aos vasos sanguíneos que irrigam o coração e o cérebro”, explicou o professor de cardiologia da Universidade de Sheffield, Robert Storey.

Aceda ao estudo na íntegra aqui.

SO

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