6 Mar, 2023

Novo biossensor ajuda a combater doenças neurológicas como Parkinson e Alzheimer

O novo dispositivo é capaz de detetar concentrações mínimas de dopamina em amostras biológicas de baixo volume, ajudando a combater doenças neurológicas como Parkinson ou Alzheimer.

Investigadores da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) desenvolveram um dispositivo que permite detetar concentrações mínimas de dopamina em amostras de baixo volume, ajudando a combater doenças neurológicas como Parkinson ou Alzheimer.

A investigação, publicada na revista científica Journal of Nanobiotechnology, permitiu o desenvolvimento de um “dispositivo inovador” capaz de detetar “de forma precisa” concentrações mínimas de dopamina em amostras biológicas de baixo volume, adianta, em comunicado, a FMUP.

O biossensor vai potenciar o desenvolvimento de novos meios de diagnóstico precoce, bem como de monitorização clínica em algumas doenças neurológicas, como Parkinson ou Alzheimer.

Citados no comunicado, os investigadores Luís Jacinto e Patrícia Monteiro esclarecem que a medição das concentrações de dopamina no cérebro é “de grande importância para o desenvolvimento de novos meios de diagnóstico e de terapêutica em algumas doenças do foro neurológico”.

“Alterações anormais nos níveis do neurotransmissor dopamina, que desempenha um papel essencial no cérebro humano como a função motora e a memória, podem ter consequências graves e levar a distúrbios cerebrais como Parkinson ou Alzheimer”, afirmam.

A sensibilidade do novo dispositivo – baseada em transístores de grafeno – será também importante para a delineação de novas técnicas de monitorização do fluxo de dopamina em modelos pré-clínicos de investigação académica e farmacêutica.

O projeto, financiado em um milhão de euros pela Fundação La Caixa, envolveu uma equipa multidisciplinar de especialistas em neurociências, biologia molecular, física e engenharia física, engenharia biomédica e engenharia dos materiais e medicina.

Além dos investigadores da FMUP, o desenvolvimento e validação do biossensor contou com a colaboração do Instituto Ibérico Internacional de Nanotecnologia (INL) e do Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde, da Escola de Medicina da Universidade do Minho.

O projeto “NeuralGRAB”, que visa desenvolver uma plataforma bioeletrónica para medir vários neurotransmissores envolvidos em doenças neurológicas, como a dopamina e a serotonina, contou ainda com a participação do Centro de Astrobiologia do Conselho Superior de Investigações Científicas, em Madrid.

 

LUSA

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