Metade das consultas oncológicas são feitas fora do tempo recomendado

As primeiras consultas de oncologia, para onde são encaminhados doentes com um diagnóstico ou suspeita de cancro, estão a ser realizadas, na sua maioria, fora do tempo máximo de resposta garantida (TMRG), durante o ano de 2022.

Segundo os dados relativos ao primeiro semestre, divulgados pela Entidade Reguladora da Saúde (ERS), e citados pelo jornal Público, 51% das consultas oncológicas foram feitas para lá do tempo recomendado. A taxa de incumprimento regista assim, este ano, um aumento significativo em relação a 2021, quando o TMRG não era cumprido em cerca de um terço dos casos (32%).

No caso das primeiras consultas de oncologia, os TMRG variam entre os 60 dias (para doentes com prioridade normal), 30 dias (para doentes prioritários) e os 15 dias (para doentes muito prioritários).

Também no que diz respeito às cirurgias oncológicas a situação está a agravar-se. Nos primeiros seis meses deste ano, a mediana do tempo de espera para cirurgia oncológica voltou a aumentar para cerca de 28 dias, sendo que a tendência de aumento se verificou em todas as regiões de Portugal Continental. No primeiro semestre do ano passado, a espera era de 21,5 dias.

Cerca de 22% dos cerca de 6300 doentes que aguardavam cirurgia oncológica no final de junho esperavam para lá do TMRG, percentagem que se manteve praticada inalterada em relação a 2021.

A contribuir para a diminuição da capacidade de resposta do SNS aos doentes oncológicos (situação que se estende a outras especialidades), está a retoma dos rastreios ao cancro, que fizeram aumentar o número de doentes a entrarem no sistema de saúde. Por outro lado, toda a atividade (consultas e cirurgias) que foi cancelada ou adiada durante a pandemia está a sobrecarregar os hospitais, que, mesmo com um aumento da produção, têm tido dificuldades em recuperar consultas e cirurgias.

SO

Notícia Relacionada