16 Dez, 2022

Mantêm-se atrasos nas consultas e cirurgias de Cardiologia

Os casos de incumprimento são, sobretudo, nas regiões Centro e Lisboa e Vale do Tejo, de acordo um relatório da Entidade Reguladora da Saúde.

Os tempos máximos de resposta garantidos (TMRG) previstos na lei para consultas e cirurgias em Cardiologia foram ultrapassados na maioria dos hospitais públicos nos primeiros seis meses deste ano. A conclusão é do último relatório da Entidade Reguladora da Saúde (ERS), publicado este mês. Recorde-se que os TMRG para cirurgias cardíacas programadas é de 15, 45 e 90 dias seguidos, conforme o nível muito prioritário, prioritário e normal, respetivamente.

Mesmo tendo sido realizadas mais consultas e intervenções cirúrgicas nos primeiros seis meses de 2022 em comparação com 2021, não foi  possível diminuir as listas de espera. Relativamente às cirurgias, de janeiro a junho de 2022, foram realizadas 4.398 cirurgias programadas, verificando-se um aumento de 3% no volume de atividade cirúrgica, face a igual período de 2019. “Dos utentes operados ao longo do primeiro semestre de 2022, 29,7% foram sujeitos a um tempo de espera superior ao TMRG”, pode ler-se no relatório. No final de junho de 2022 havia 1.999 utentes a aguardar cirurgia, dos quais 47% já tinham ultrapassado o TMRG definido na lei. Comparando com o primeiro semestre de 2021, verificou-se um aumento de 16% do número de utentes em espera.

Olhando para as consultas, no primeiro semestre de 2022, foram realizadas 18.781 primeiras consultas, o que corresponde a um aumento de 19% face ao primeiro semestre de 2021. Este é também um valor superior registado  ao período homólogo de 2019. Contudo, do total de utentes atendidos, 88,3% foram sujeitos a tempos de espera superiores ao limite legalmente estabelecido para o seu nível de prioridade.

Esta análise da ERS não inclui a análise dos tempos de espera para exames e outros meios complementares de diagnóstico e terapêutica “por dificuldades relacionadas com os sistemas de informação utilizados pela maioria dos hospitais do SNS”, segundo indica esta entidade.

SO

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