4 Mar, 2020

Mais de 5.000 pessoas fizeram cirurgias bariátricas no privado nos últimos quatro anos

Associação insiste na necessidade de aumentar resposta no serviço público, onde doentes obesos chegam a esperar três anos por uma cirurgia.

Mais de 5.000 cirurgias de redução de peso, através de banda gástrica, foram realizadas nos últimos quatro anos em Portugal através de protocolos com hospitais privados e à margem do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Os dados foram divulgados na véspera do Dia Mundial da Obesidade pela Associação Portuguesa de Bariátricos (APOBARI), que insiste “na necessidade de aumentar a resposta do Estado português na prevenção, diagnóstico e tratamento das doenças relacionadas com a obesidade”.

Dia Mundial da Obesidade, antes celebrado em 11 de outubro, passou a ter uma nova data a partir deste ano: 4 de março. Com essa mudança, a Federação Mundial da Obesidade pretende alinhar num mesmo dia outras atividades ao redor do mundo.

A coordenadora-geral da APOBARI, Alice Inácio, acrescentou à agência Lusa que “é urgente que o SNS comece a olhar para a obesidade como uma doença crónica efetiva, epidémica e incapacitante”.

É inadmissível que um doente tenha que esperar três anos por uma cirurgia no SNS, muitas vezes com doenças graves associadas, sem que o Estado lhe preste os cuidados devidos e lhe salve a vida”, criticou.

Alice Inácio salientou que, desde a sua fundação em 2015, a associação tem centrado a sua atividade no apoio e acompanhamento de doentes com comorbilidades (doenças cardiovasculares, hipertensão, diabetes tipo 2 e cancro, entre outros) no acesso às diversas cirurgias de redução de peso, “sempre que o SNS não responde convenientemente ou em tempo útil”.

Segundo informação divulgada pela Entidade Reguladora da Saúde (ERS), em Portugal os obesos esperam em média 16 meses entre consulta e cirurgia, mas chega a haver tempos de espera superiores a três anos.

O número de obesos em Portugal está estimado em 1,9 milhões de pessoas, com outros 5,9 milhões com excesso de peso. O tratamento cirúrgico da obesidade é a especialidade que regista uma maior percentagem no incumprimento nos Tempos Máximos de Resposta Garantidos (TMRG) nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde, de acordo com a análise divulgada pela ERS.

RV/Lusa

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