Mais de 460 mil unidades de medicamentos ilegais intercetadas em 2016

Este balanço, relativo ao circuito ilegal de medicamentos (e não ao legal, que envolve as farmácias), vem uma vez alertar para a necessidade de as compras online se deverem cingir a sites autorizados pelo Infarmed

Em 2016, foram intercetadas 460 936 unidades, das quais 24 250 no âmbito da operação internacional PANGEA. Em 2012, a recolha alcançou 351 123 unidades, incluindo 33 658 da operação coordenada pela Interpol e pela Organização Mundial das Alfândegas. Excluindo os dados da operação PANGEA, o número de embalagens e pareceres diminuiu no período em causa. No entanto, o número de unidades envolvidas é maior.

Em 2016 registou-se uma maior percentagem de produtos que foram destruídos, que passou de 7,2% para 11% do total de unidades num ano. Estes medicamentos são produtos de risco elevado, falsificados ou suspeitos de falsificação, em que não está assegurada a qualidade eficácia e segurança. Continuam a predominar as situações em que as encomendas são devolvidas ao remetente, que correspondem a 73% do total.

Nos últimos cinco anos, o laboratório do Infarmed efetuou o controlo analítico de 315 produtos suspeitos de adulteração e/ou falsificação intercetados nas alfândegas, dos quais 62% constituíam medicamentos ilegais.

Na operação PANGEA de 2016 foram analisados pelo laboratório do Infarmed 57 produtos, dos quais 24 (42%) constituíam medicamentos falsificados e/ou ilegais.

Há ainda alterações no padrão de aquisição pelos consumidores. Desde logo, os analgésicos passaram a ser a classe de medicamentos mais adquirida, passando de 6% a 16% do total. Em 2012, a disfunção erétil dominava o rol de medicamentos intercetados pela alfândega.

Quanto à proveniência dos medicamentos, os Estados Unidos passaram a ser o país com maior volume de aquisições, em parte devido à maior confiança na qualidade por parte dos consumidores. No entanto, em áreas como a disfunção erétil dominam países como índia ou Singapura. Os principais rementes de medicamentos destinados ao emagrecimento são o Brasil, Índia ou China.

Infarmed alinhado com Europa na proteção dos consumidores

A falsificação e a contrafação de medicamentos são um problema global. Além da estratégia global, de que é exemplo a operação PANGEA, que em 2016 envolveu mais de 100 países, o Infarmed tem tomado uma série de medidas que estão previstas na “Estratégia de Combate à Falsificação de Medicamentos 2016-2020”.

O protocolo com a AT, que nos últimos quatro anos permitiu intercetar 1,86 milhões de unidades de medicamentos, é um dos que foram definidos a nível nacional, a par do acordo com a ASAE em matéria de suplementos alimentares.

A nível internacional, o Infarmed integrou o grupo de trabalho responsável pelo MEDICRIME, para a contrafação de produtos médicos, e tem apoiado a adoção de medidas preventivas e a criminalização de condutas associadas à contrafação e falsificação, investindo ainda na realização de campanhas de sensibilização para os cidadãos.

O projeto Fakeshare, que alerta para a proliferação de sites que comercializam medicamentos potencialmente ilegais e/ou falsificados, apoiado pela EU, segue também estes princípios.

O regulador do medicamento participa ainda nos grupos de trabalho das autoridades do medicamento, do Conselho da Europa e da Organização Mundial da Saúde.

 

Comunicado de Imprensa/SO/SF

 

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