Investigadores do Porto desenvolvem ferramenta de IA para detetar cancro

Ferramenta usa inteligência artificial para contar células mitóticas, identificar células tumorais e crescimento invasivo, automatizando diagnóstico de patologias oncológicas.

Investigadores da Universidade do Porto, ligados ao projeto CADPath.AI, estão a desenvolver uma ferramenta baseada em inteligência artificial para diagnóstico automático de patologias oncológicas, foi ontem divulgado.

Desde a identificação das células tumorais, a contagem de células mitóticas, até à identificação de crescimento invasivo e a respetiva medição, a inteligência artificial pode ser uma ferramenta útil. É nisso que os investigadores da Universidade do Porto, ligados ao projeto CADPath.AI, estão a apostar.

Segundo a informação divulgada, o desenvolvimento da ferramenta baseada em inteligência artificial irá possibilitar a realização de um diagnóstico em rede, auxiliada por outras ferramentas tecnológicas. De acordo com Jaime Cardoso, investigador do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC) e professor da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), o instrumento irá ainda permitir diminuir o tempo que o patologista despende na observação microscópica.

Sublinhando a importância de “diagnóstico atempado e rigoroso” no combate ao cancro, o INESC TEC comunicou que esta “solução inovadora”, disponível a partir de 2022, irá permitir “dar um salto considerável na forma como o diagnóstico anátomo-patológico de amostras histológicas é atualmente realizado”, passando a ser totalmente digital com a introdução de algoritmos como complemento ao trabalho dos anatomapatologistas na identificação de anomalias.

O CADPath.AI (Computer Aided Diagnosis in Pathology) é um projeto do laboratório IMP Diagnostics, numa parceria com o INESC TEC e com a empresa de dispositivos médicos Leica Biosystems, que conta com um financiamento de cerca de 70% do programa COMPETE2020, num investimento total de um milhão de euros.

Ana Monteiro, gestora de projetos do IMP Diagnostics, destacou que este foco “na melhoria contínua do diagnóstico” é um reflexo do objetivo de “ir mais longe e disponibilizar ao mercado uma ferramenta de diagnóstico automático de patologias oncológicas; uma base de dados, contemplando as lâminas digitalizadas e respetivas anotações, história clínica e diagnóstico; e uma plataforma para geração de conhecimento científico”.

Lusa/SO

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