5 Ago, 2022

Intoxicações medicamentosas tratadas com microalgas

O Instituto Politécnico da Guarda (IPG) está a desenvolver um tratamento para tratar intoxicações medicamentosas por ser "mais sustentável" e ter "menos efeitos adversos".

O Instituto Politécnico da Guarda (IPG) está a desenvolver um projeto que visa a criação de um gel com partículas de microalgas para tratar intoxicações provocadas por medicamentos.

Uma equipa de investigadores do IPG vai utilizar microalgas para inibir a absorção de medicamentos no intestino em casos de intoxicações.

“Vamos utilizar microalgas, que têm evidentes benefícios para a saúde, para tratar as intoxicações medicamentosas”, afirma, Paula Coutinho, docente do IPG e coordenadora do projeto.

Segundo os responsáveis, o gel “é mais sustentável e apresenta menos efeitos adversos” quando comparado com terapias convencionais usadas em caso de sobredosagem medicamentosa.

“A ideia é incorporar micropartículas com biomassa de microalgas numa formulação de gel – a ser administrada por via oral – para facilitar o transporte ao longo do sistema gastrointestinal”, salienta Paula Coutinho.

O projeto MiADrugTox foi aprovado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) que concedeu um financiamento de cerca de 50 mil euros.

Vai ser desenvolvido por uma equipa do Centro de Potencial e Inovação de Recursos Naturais (CPIRN) que irá estudar e otimizar o rácio da biomassa de microalgas para obter uma eficiente absorção do medicamento.

Segundo dados do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), em 2020 ocorreram mais de 27 mil intoxicações em Portugal, das quais cerca de 15 mil foram causadas por medicamentos.

“Os dados mostram que as intoxicações por medicamentos são um problema grave e um enorme desafio para os cuidados de saúde. A nossa solução é inovadora, sustentável, económica e, sobretudo, com menos efeitos adversos quando comparada com as terapias convencionais: lavagem gástrica, carvão ativado ou flumazenil”, conclui Paula Coutinho.

O IPG vai estabelecer parcerias com empresas da indústria farmacêutica para validarem a eficácia deste produto em aplicações médicas.

LUSA

Print Friendly, PDF & Email
ler mais
Print Friendly, PDF & Email
ler mais