24 Fev, 2022

Humildade, confiança na ciência e noção das fragilidades. As lições da pandemia, por Marta Temido

Foi na presença da ministra da Saúde que o 7.º Curso Temático Pré-Jornadas, dedicado à SARS-CoV-2/covid-19, deu o pontapé de saída nas 13.as Jornadas de Atualização em Doenças Infeciosas do Hospital Curry Cabral – CHULC, a decorrer de 23 a 25 de fevereiro, na Culturgest, em Lisboa.

A pandemia, aquele que é o “maior desastre global de saúde pública da nossa geração”, de acordo com o infecciologista Fernando Maltez, não poderia ficar de fora do debate e da análise na 13.ª edição das Jornadas de Atualização em Doenças Infeciosas do Hospital Curry Cabral.

Assim sendo, a temática mereceu destaque no curso pré-jornadas, onde se abordou, entre outros aspetos, a epidemiologia global e em Portugal do SARS-CoV-2, as políticas de testagem e meios diagnósticos e o estado de arte da abordagem terapêutica.

A ministra da Saúde, Marta Temido, fez questão de marcar presença no arranque deste evento major da Infecciologia portuguesa, onde deixou um agradecimento público aos profissionais de saúde, no geral, e aos médicos infecciologistas, em particular.

“Confiamos muito em vós. Foram os infecciologistas que nos trouxeram até aqui!”, disse, na sua curta intervenção marcada pela partilha do que designou por “lições da pandemia”.

Desde logo, a lição do “confronto com a nossa própria finitude e com as nossas fragilidades”, bem como a lição social, que “reforçou a importância das determinantes em saúde, como a pobreza”, salientou a governante.

Outra das lições, de acordo com Marta Temido, é a da “humildade”. A este respeito, a ministra sublinhou a importância de “nos sentirmos gratos por sermos sobreviventes, mas também por sermos devedores à necessidade de construir um futuro melhor, que assenta na preparação, nomeadamente, para o cumprimento do regulamento sanitário internacional, com uma melhor articulação e partilha entre países mais ricos e mais pobres daquilo que é o resultado da investigação científica”. Neste sentido, Marta Temido defendeu a “democratização da ciência” e a imperiosidade de “encarar o futuro com base no tríptico saúde humana-animal-ambiental”.

A lição da ciência é, na ótica da governante, “a mais importante”, porque permite “uma prática clínica que se converte em conhecimento” e porque “é um lugar onde, apesar da controvérsia, podemos achar a chave para o progresso e para a resposta às nossas necessidades”.

CBM/SO

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