23 Dez, 2022

Hospital das Forças Armadas poderá ter de transferir doentes por falta de profissionais

Em causa está o indeferimento por parte do Governo dos contratos de mais de 200 assistentes técnicos, assistentes operacionais e técnicos de diagnóstico em regime de avença.

Algumas dezenas de doentes do Hospital das Forças Armadas (HFAR) poderão ter de ser transferidos para unidades do Serviço Nacional de Saúde (SNS), noticia o Diário de Notícias (DN).  A redução “drástica” de serviços também é uma possível solução face à escassez de recursos humanos que se faz sentir.

A direção do HFAR já criou um plano de contingência, no qual se detalham as consequências operacionais da falta de profissionais a partir de janeiro de 2023.  Espera assim o encerramento de 68 camas de internamento, em Lisboa e no Porto, com “uma drástica diminuição de capacidade nos cuidados intensivos”.

Acresce a suspensão de cerca de 20 mil consultas e 200 cirurgias, diminuição em 50% de toda a atividade da área administrativa (atendimento de doentes, marcações de consultas, etc.), fecho de valências clínicas e aumento da lista de espera dos doentes. Também haverá constrangimentos  nas áreas de manutenção do equipamento hospitalar, da energia, na distribuição das águas, com efeito na hemodiálise, sanitários e a alimentação.

“É uma enormidade o que se está a passar. Depois de tudo o que as Forças Armadas e, especificamente o HFAR, fizeram no apoio ao SNS durante a pandemia e que continuam ainda a fazer, recebendo doentes de outros hospitais e centenas de doentes não militares, é um grande murro no estômago“, assumiu ao DN uma alta patente militar que tem acompanhado o processo.

A situação é conhecida desde setembro passado, quando, à semelhança do que é feito nos anos anteriores, foi submetida à Direção-Geral de Administração e Emprego Público (DGAEP) o pedido para a contratação de 350 profissionais, inclusive médicos e enfermeiros para os polos de Lisboa e do Porto do HFAR.

Após vários avisos sobre a situação limite que o Hospital está a enfrentar, no passado dia 13 de dezembro foi autorizada a contratação de cerca de uma centena de médicos, enfermeiros e farmacêuticos, mas apenas em Lisboa.

Em 2021 foram realizadas no HFAR mais de 280 mil consultas, 4436 cirurgias, atendidas cerca de 18 mil urgências e realizados mais de um milhão de ações relativas a meios complementares de diagnóstico e terapêutica.

SO/DN

Notícia relacionada

Faculdade de Medicina e Hospital Militar do Porto criam centro para otimizar formação

Print Friendly, PDF & Email
ler mais
Print Friendly, PDF & Email
ler mais