Greve de médicos na Santa Casa da Misericórdia de Lisboa
O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) emitiu um pré-aviso de greve para o dia 11 de abril em todos os estabelecimentos e serviços da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), com paralisação total da atividade médica.
O pré-aviso de greve de médicos incide sobre o trabalho normal e extraordinário, entre as 00:00 e as 24:00. “As motivações do protesto prendem-se com a falta de resposta por parte da SCML, do Ministério da Saúde e do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social às reiteradas reivindicações por melhores condições salariais e laborais”, avança o sindicato em comunicado.
De acordo com o SIM, “os médicos da Santa Casa não têm tido qualquer aumento salarial desde 2018 nem qualquer resposta às reivindicações de valorização salarial, com perda de 23% do poder de compra nos últimos anos, quando, além do mais, a SCML já procedeu a aumentos salariais a todos os outros trabalhadores”.
A estrutura sindical defende assim cinco medidas, das quais, diz, “não abdica”. A primeira é a valorização salarial de 10% em 2024, em 2025 e em 2026, com retroativos a janeiro de 2024. Segue-se a possibilidade de obter o grau de consultor em procedimento concursal nacional de habilitação e consequente promoção para a categoria de assistente graduado; um sistema que possibilite a progressão remuneratória; e condições de trabalho que garantam a segurança dos atos médicos e privilegiem o real e adequado acompanhamento dos utentes.
Acresce ainda a formação profissional adequada à qualificação de cada médico, “que promova o seu desenvolvimento e garanta a necessária atualização adequada a cada especialidade”.
O SIM afirma que foi “compelido à forma constitucional mais dura de luta e protesto – a greve -, porque não há respostas no âmbito da Mesa negocial junto da SCML, do Ministério da Saúde e do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social”.
Considera mesmo que “à vontade negocial do SIM” contrapõem-se a “intransigência e desinformação, empurrando-o para o papel de sindicato de protesto em vez de sindicato de diálogo”.
Recorde-se que, a 3 de fevereiro deste ano, o SIM já tinha emitido um comunicado no qual denunciava as dificuldades sentidas pelos médicos nos diversos estabelecimentos e serviços desta Santa Casa.
MJG
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