26 Out, 2016

Estudos sobre doenças de Alzheimer, Machado-Joseph e tuberculose conquistam 1.º Prémio Janssen Inovação

Os prémios serão hoje entregues nas instalações da Universidade Católica Portuguesa, na presença do ex-Presidente da República, Jorge Sampaio

A primeira edição do Prémio Janssen Inovação, no valor de 60 mil euros, galardoou trabalhos nas áreas das doenças de Alzheimer, de Machado-Joseph e tuberculose, foi hoje anunciado.

O prémio de maior valor (30 mil euros) foi atribuído a uma equipa de investigação do ICVS/3B’s Associate Laboratory da Universidade do Minho, liderada por Ionnis Sotiropoulos.

O galardão premiou o trabalho da área de neurociências “Tau therapeutics in stress-evoked brain pathology: exploring the path from depression to Alzheimer´s disease”.

Este trabalho contou com a co-autoria de Ana Sofia Lopes, João Silva, Chrysoula Dioli, Mónica Morais e Vítor Pinto e caracteriza a forma como o stress crónico instiga a patologia cerebral, identificando a proteína Tau como um modelador importante na disfunção emocional e cognitiva induzida pelo stress, tendo sido reconhecido por dar um passo importante para a identificação dos mecanismos subjacentes à fisiopatologia da Doença de Alzheimer.

O segundo prémio (20 mil euros) foi atribuído a uma equipa do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra, cujo trabalho poderá constituir a base do primeiro medicamento relevante para tratar ou, pelo menos atrasar, a progressão da Doença de Machado-Joseph.

A equipa vencedora foi liderada por Cláudia Cavadas e constituída por Janete Cunha-Santos, Joana Duarte-Neves, Vitor Carmona e Luís Pereira de Almeida.

O projeto de investigação na área das Neurociências “Novel therapeutic approach to alleviate neuropathology and motor deficits in Machado–Joseph disease mouse models: molecular and pharmacological activation of SIRT1 pathway” mostra pela primeira vez, em modelos animais, que a restrição calórica, pela ativação da SIRT1, atrasa a progressão da doença de Machado-Joseph.

O terceiro prémio, no valor de 10 mil euros, galardoou o trabalho da área da Infecciologia, “Role of Cathepsins in Mycobacterium tuberculosis Survival in Human Macrophages”, liderado por Elsa Anes, e onde participaram mais dois investigadores do iMed.ULisboa, David Pires e Nuno Carmo.

Os investigadores foram distinguidos pela descoberta que fizeram sobre as bases do desenvolvimento da tuberculose, que “poderão ser usadas como futuras estratégias terapêuticas, num momento em que as resistências a antibióticos causam cada vez maior preocupação a nível mundial”, segundo comunicado do laboratório que patrocina o evento.

“A equipa percebeu que o bacilo da tuberculose é um agente patogénico que sobrevive, no hospedeiro, em macrófagos, células desenhadas para matar e controlar infeções. Uma das razões dessa sobrevivência, descobriram os Investigadores, baseia-se na manipulação de catepsinas do hospedeiro e que a reversão disso poderá contribuir para terapias alternativas aos antibióticos”.

Esta primeira edição distinguiu ainda quatro trabalhos com menções honrosas.

“A qualidade das candidaturas era tão elevada que a Comissão de Avaliação, para além de selecionar os premiados, considerou de elementar justiça distinguir ainda alguns outros trabalhos com menções honrosas”, justifica Jorge Sampaio, presidente da Comissão de Avaliação do Prémio Janssen Inovação.

O Prémio Janssen Inovação visa distinguir e premiar a investigação científica de excelência desenvolvida por instituições nacionais nas áreas de Doenças metabólicas, hemo oncologia, imunologia, infeciologia e neurociências.

Candidataram-se a este galardão 68 trabalhos.

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