19 Jan, 2024

“Espero que a MGF e a Pediatria possam ter um papel mais relevante na Sociedade Portuguesa de Aterosclerose”

Francisco Araújo é o novo presidente da Sociedade Portuguesa de Aterosclerose (SPA). Em entrevista ao SaúdeOnline, o dirigente falou dos principais objetivos para o novo mandato, destacando o papel das várias especialidades no diagnóstico e tratamento da aterosclerose.

“Este é um mandato de continuidade. A sociedade tem vindo a crescer nos últimos anos, tem aumentado a sua capacidade no que diz respeito a trabalhos importantes no contexto nacional e no conceito de epidemiologia nacional”, começou por afirmar o presidente da SPA. “As nossas atividades têm tido uma cada vez maior participação, mas sabemos que ainda há muito para fazer, e queremos crescer, queremos ter mais sócios”, disse.

Francisco Araújo realça que a SPA é uma sociedade “multifacetada”, devido ao facto de ter “várias origens” e de contar com “várias especialidades”. Referiu que este aspeto pode dificultar a articulação entre os profissionais, mas ainda assim traz “uma enorme riqueza do ponto de vista da participação de pessoas com origens diferentes, alguns farmacêuticos, investigadores, médicos de diversas áreas, desde a Medicina Geral e Familiar (MGF), à Cardiologia, Medicina Interna, Endocrinologia, e isso faz com que a discussão tenha muitos frutos e seja muito rica”.

No que respeita à aterosclerose, o dirigente salientou a transversalidade da doença “a todas as especialidades médicas, incluindo a Pediatria”. “A modificação dos estilos de vida em criança faz com que a obesidade seja cada vez mais prevalente, por exemplo nos adolescentes, e sabemos que crianças que não têm uma doença genética muitas vezes já têm placas de aterosclerose que são reversíveis. Porém, as crianças e jovens devem ser estimulados a alterar o seu estilo de vida e devem ser reconhecidos os fatores de risco pelos médicos que os seguem, quer sejam colegas de MGF, quer sejam de Pediatria. Estas são duas especialidades que espero que possam ter um papel mais relevante dentro da sociedade nos próximos anos“, acrescentou.

“A aterosclerose não se deve exclusivamente a um fator de risco. Contudo, há algo sem a qual ela não acontece. Se não tivermos colesterol, não existe aterosclerose, e esse é um dos fatores de risco mais esquecido, com muita desinformação envolvida, com níveis de taxa de controlo, em particular nos doentes mais graves, que ainda é bastante insatisfatória”, alertou Francisco Araújo.

CG

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