30 Abr, 2021

Uso prolongado de equipamentos de proteção individual agrava crises de cefaleias

Segundo os resultados de um inquérito, o uso regular destes equipamentos influencia significativamente o aumento de crises de cefaleias.

De acordo com os resultados do estudo promovido pela Sociedade Portuguesa de Cefaleias (SPC) em parceria com a MiGRA Portugal – Associação de Doentes com Enxaqueca e Cefaleias, 56% dos inquiridos desenvolveu cefaleias no decorrer do uso prolongado de equipamentos de proteção individual (EPI), sendo que 90% destes casos associam esta ocorrência a este fator.

O inquérito, que contou com 5 064 participantes, dos quais 90.6% eram mulheres com idade média a rondar os 37 anos, surgiu no âmbito do “aumento do número de queixas por parte de doentes que já tinham crises de cefaleias, mas também de doentes que desenvolveram estas crises apenas devido ao uso de EPI”, explicou a neurologista da SPC, Raquel Gil Gouveia.

De acordo com os resultados deste estudo, mais de 90% dos doentes que já apresentavam um historial de cefaleias regulares afirmou que as suas crises agravaram de modo significativo, a nível da sua frequência, duração e/ou intensidade e na resposta à terapêutica normalmente usada.

Tal como avalia a neurologista, “estes são valores que acabam por ser alarmantes”. Neste âmbito, reforça o seu papel, enquanto profissional de saúde, no sentido de “alertar a população para estas questões e olhar pelo seu bem-estar”.

No decorrer do inquérito, a presidente da MiGRA Portugal relembra o impacto que este tipo de ocorrências pode causar não só a nível físico, mas também a nível laboral. “Muitas vezes os doentes têm de justificar a empregadores e familiares porque é que estão piores e ninguém acredita que está relacionado com a utilização das máscaras”, reforça.

Assim, “este estudo vem ajudar-nos a mostrar que este impacto é real e, por isso, apelamos a todos, mas em especial às entidades patronais e familiares dos doentes, que tenham uma maior compreensão para com os doentes.”

Recorde-se que as cefaleias, como, por exemplo, as enxaquecas, são vulgarmente caracterizadas pela ocorrência de dores de cabeça que podem incapacitar os seus portadores e estima-se que esta condição afeta cerca de um milhão e meio de pessoas em Portugal.

SO

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