Doença cardiovascular e saúde da mulher
Assistente de Medicina Interna, Centro Hospitalar do Oeste - Unidade de Caldas da Rainha

Doença cardiovascular e saúde da mulher

A emancipação laboral feminina, concordante com o avanço da sociedade atual, tem trazido novas problemáticas e novas exigências para a Medicina.

O avanço da idade materna acarreta consigo um aumento da prevalência de doenças crónicas prévias à gravidez, nomeadamente de hipertensão arterial crónica (HTAc), bem como o aumento de risco de complicações hipertensivas na gravidez (hipertensão induzida pela gravidez, pré-eclampsia, eclampsia) que se associam não só a um maior risco de desfechos adversos materno-fetais, bem como risco aumentado de doença cardiovascular (DVC) futura para a mulher.

Estas mulheres beneficiam de uma consulta médica pré-conceção para avaliação de gravidade, controlo da doença e ajuste da medicação. Beneficiam ainda de uma vigilância adaptada durante a gravidez e de profilaxia com AAS sempre que indicado. No entanto, o foco não se pode esgotar no acompanhamento e minimização do risco durante a gravidez. É importante focar a relevância da reavaliação pós-parto e do seguimento futuro destas mulheres. E porquê?!
Porque o espectro deste problema extrapola em muito o tempo de uma gestação! A ocorrência de complicações hipertensivas na gravidez associa-se a risco aumentado de eventos cardiovasculares futuros com impacto na saúde global da mulher, nomeadamente risco aumentado de enfarte agudo do miocárdio, insuficiência cardíaca, acidente vascular cerebral e morte por DCV.

Assim, importa focar a DCV nas diferentes fases do ciclo de vida e o seu impacto para a saúde global da mulher.

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