Descoberta proteína que pode ser alvo terapêutico no cancro de mama
Estudo demonstra relação entre a produção da proteína HSP47 e o desenvolvimento de metástases do cancro da mama triplo negativo.
Um estudo desenvolvido no Centro do Cancro Markey, da Universidade de Kentucky, e publicado na revista PNAS, descobriu que a atividade de uma proteína desempenha um papel fundamental no processo metastático do cancro da mama.
A proteína de choque térmico 47 (HSP47 na sigla em inglês) é uma proteína que ajuda à produção de colagénio, e terá, segundo os investigadores, um papel importante na interação entre as células cancerígenas.
De recordar que o processo de metástase se caracteriza pela disseminação das células tumorais para tecidos circundantes ou órgãos distantes da localização do tumor, sendo a causa de morte em cerca de 90 % dos doentes com cancro da mama, lê-se no estudo.
Nesta investigação, liderada pelo Prof. Doutor Ren Xu em coautoria com o Prof. Doutor Gaofeng Xiong, foi analisado ADN e ARN de tecido de cancro da mama humano e descobriu-se que uma maior produção da proteína HSP47 tinha ligação com as metástases do cancro da mama triplo negativo.
“Se conseguirmos encontrar uma maneira atuar nesse caminho com a terapêutica, poderemos bloquear esse processo e, portanto, inibir a metastização“, disse o Prof. Doutor Ren Xu.
Cerca de 10-20% dos cancros da mama são classificados como triplo-negativos, o tipo mais agressivo e com prognóstico menos positivo.
Os resultados da investigação sugerem que atacar a proteína HSP47 pode ser uma estratégia promissora para bloquear a interação entre as células cancerígenas e a sua colonização noutros órgãos.
O Prof. Doutor Ren Xu acredita que este processo inibirá a criação de metástases e que a proteína agora estudada pode também ser usada como biomarcador da agressividade tumoral e da probabilidade de metástases.
RV/SO