8 Mai, 2020

Covid-19: Hospital São João lança campanha dirigida à população idosa

O Serviço de Neurocirurgia do São João e a Faculdade de Medicina da Universidade do Porto lançam campanha que visa prevenir as quedas nesta população e reduzir as deslocações ao hospital.

Em comunicado, o Centro Hospitalar Universitário São João (CHUSJ) afirma que, face à pandemia da covid-19, esta campanha “torna-se ainda mais importante”, devido ao confinamento em casa e isolamento social a que a população está sujeita.

“Nesta fase de isolamento, lembre-se que os acidentes muitas vezes acontecem em casa! A segurança é o mais importante!”, lê-se no cartaz, que preconiza 10 conselhos úteis a seguir.

Usar a luz de presença no quarto ou um candeeiro junto à cama, manter um boa iluminação no trajeto do quarto à casa de banho e usar calçado ajustado e com boa aderência ao solo, são algumas das recomendações.

De acordo com o centro hospitalar, no ano passado, a maioria dos internamentos ou casos de urgência que envolveram pessoas com mais de 65 anos decorreram de acidentes domésticos, “muitas vezes quedas”.

“Cerca de 500 pessoas com mais de 65 anos foram admitidas no Serviço de Urgência do CHUSJ, por traumatismos cranianos, a esmagadora maioria na sequência de uma queda. Estas situações, levam muitas vezes ao internamento e à realização de cirurgia craniana para tratamento”, refere aquela unidade hospitalar.

Acrescenta que, cerca de metade das pessoas admitidas “necessitou de cirurgia craniana”, cerca de 160 com mais de 70 anos tiveram de ser internadas no Serviço de Neurocirurgia depois de sofrerem quedas e destas, cerca de 100 tiveram de ser submetidas a cirurgia da cabeça devido a pequenos traumatismos “ocorridos nas atividades de vida diária”.

Citado no comunicado, o diretor do Serviço de Neurocirurgia do CHUSJ, Rui Vaz, adianta que nos últimos anos se registou uma “modificação na epidemiologia dos traumatismos cranianos, com diminuição dos acidentes de viação que atingiam principalmente os mais jovens, passando atualmente a maioria a ser por quedas nos mais velhos”.

“Outro fator prende-se com a maior utilização de medicamentos para prevenção dos acidentes vasculares cerebrais (AVC) nesta população, que interferem com a coagulação do sangue, aumentando o risco de hemorragias intracraniana”, esclarece Rui Vaz.

Nesse sentido, para prevenir as quedas e evitar as deslocações aos hospitais, a campanha recomenda ainda que a população idosa evite subir superfícies altas, cumpra corretamente a medicação, tire tapetes ou objetos em que possa tropeçar, coloque antiderrapantes nos locais mais escorregadios, garanta o apoio a subir e descer escadas e faça-se sempre acompanhar de um telemóvel ou telefone fixo, para o caso de ter de necessitar de auxílio.

SO/LUSA

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