Cancro do pulmão. “O desafio é [encontrar] biomarcadores que ajudem a um diagnóstico precoce”
No que diz respeito à gestão dos eventos adversos imuno-mediados, o internista do Hospital de Santo António considera que a intervenção precoce "pode impedir eventos mais graves, tentando evitar a suspensão posterior da imunoterapia". O especialista vai abordar este tema no workshop “O doente no centro da imunoterapia", que decorrer a 16 de outubro, em formato virtual.
Quais os novos desafios na gestão dos eventos adversos imuno-mediados?
Os desafios encontram-se na pesquisa de biomarcadores ou indicadores clínicos que ajudem a um diagnóstico precoce. A intervenção precoce também pode impedir eventos mais graves e ser orientada de forma personalizada, tentando evitar a suspensão posterior da imunoterapia.
Que avanços se têm registado no tratamento das populações especiais (com cancro do pulmão) com a imunoterapia?
As populações especiais são essencialmente a população de transplante de órgãos sólidos e doenças autoimunes, patologias que foram excluídas dos ensaios clínicos. Existe um consenso de que esses doentes podem ser tratados com imunoterapia, tendo a sua doença de base bem controlada e mantendo a sua terapêutica de fundo. A suspensão de imunossupressores ou biotecnológicos não deve ser efetuada sem discussão com a equipa de oncologia.
Qual o papel do rechallenge no tratamento do cancro do pulmão? É benéfico reexpor o doente a terapias prévias?
O rechallenge é um tema muito complexo. Existem efeitos adversos que o contraindicam de forma absoluta, por exemplo, no caso da miocardite. No entanto, num outro tipo de situações, em que a imunoterapia é a única opção, o rechallenge pode ser uma opção, mas com discussão multidisciplinar para cada caso e possivelmente mantendo um imunomodelador, de forma a impedir novo efeito adverso.
SO