3 Set, 2018

Campanha consegue cinco detetores de veias em crianças para hospitais cabo-verdianos

Pelo menos cinco detetores de veias, que permitem identificar estes vasos antes da perfuração para a colheita de sangue em crianças, serão oferecidos a hospitais cabo-verdianos como resultado de uma campanha lançada por uma associação de defesa do consumidor.

A campanha “Detetor de Veias nas Pediatrias de Cabo Verde” foi lançada em abril deste ano, no Dia Mundial da Saúde, e teve como objetivo minimizar o sofrimento das crianças a quem é necessário colher sangue.

Na apresentação da iniciativa, a ADECO (Associação para a Defesa do Consumidor) disse ter tido conhecimento, através de denúncias de pais, que em Cabo Verde existem casos de crianças que são picadas várias vezes com agulhas, para colheita de sangue, causando-lhes sofrimentos desnecessários.

Segundo a ADECO, registaram-se crianças infetadas com bactérias na sequência de muitas perfurações de agulhas, casos de crianças em que os enfermeiros não conseguiram localizar as veias e como único recurso usaram a veia jugular do pescoço e recentemente casos de bebés que são picados na cabeça para colheita de sangue por não conseguirem localizar veias noutras partes do corpo.

O detetor de veias evita este sofrimento, uma vez que, através de raios infravermelhos, o aparelho permite localizar as veias até a 15 milímetros de profundidade.

“Com esta nova tecnologia, os profissionais de saúde que fazem a coleta de sangue poderão visualizar melhor as veias antes da perfuração, o que torna o procedimento da coleta de sangue mais seguro, mais rápido, com mais qualidade e facilidade, previne potenciais complicações, reduz o número de perfurações, além de aumentar a satisfação do paciente e principalmente com menos sofrimento para as crianças e os que lhe são próxima e representa uma grande mais-valia para a estrutura de saúde”, refere a ADECO.

Considerando que “o ideal seria dotar todos os hospitais, centros de saúde, serviços de emergência com este equipamento”, a associação de defesa do consumidor avançou com a campanha que deverá resultar na oferta de cinco aparelhos a hospitais das diversas ilhas de Cabo Verde.

A coordenadora da campanha, Elisabete Alves, disse à agência Lusa que foram angariados até ao momento 90.000 escudos cabo-verdianos (cerca de 815 euros), montante que dá apenas para um aparelho. Contudo, os promotores estão otimistas e acreditam que até outubro, quando a campanha terminar, ainda vão conseguir reunir o valor necessário para mais um detetor.

Além destes dois, uma empresa (Enapor) vai financiar a aquisição de mais dois aparelhos e um outro vai ser oferecido pelo Instituto da Criança e do Adolescente.

“Estamos esperançosos que vamos conseguir o valor certo”, disse Elisabete Alves, recordando que a ADECO ainda tem algumas iniciativas agendadas, através das quais acredita conseguir obter mais verbas, como uma feira americana, a realizar a 01 de setembro.

LUSA

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