2 Jun, 2021

Atletas que tiveram Covid-19 devem fazer avaliação clínica antes do regresso aos treinos

“É fundamental avaliar a eventual persistência de alterações, com particular foco para o sistema respiratório e função cardíaca”, alerta um grupo de especialistas portugueses.

Num artigo recentemente publicado na Revista de Medicina Desportiva, uma equipa multidisciplinar coordenada pelo médico Diogo Lino Moura e composta por médicos de várias especialidades recomenda que os atletas que tiveram Covid-19 (ainda que tivessem estado assintomáticos ou com sintomas ligeiros) façam uma avaliação prévia antes do regresso aos treinos e à competição. Os especialistas alertam para a possibilidade de surgir “sintomatologia induzida pelo exercício associada a lesão subclínica [provocada pela Covid-19], bem como fadiga crónica”.

Este artigo refere que a recomendação atual é a de que todos os atletas que tenham recuperado da infeção por SARS-CoV-2 sejam submetidos a avaliação clínica prévia ao regresso ao treino e competição, incluindo atletas que estiveram assintomáticos ou com sintomas ligeiros, sabendo-se que mesmo nos casos sem complicações poderá surgir sintomatologia induzida pelo exercício associada a lesão subclínica.

“É fundamental avaliar a eventual persistência de alterações funcionais ou estruturais, com particular foco para o sistema respiratório e função cardíaca, cuja disfunção poderá associar-se a complicações relacionadas com o exercício, incluindo morte súbita”, salientam os autores do trabalho, publicado na edição de maio de 2021 da Revista de Medicina Desportiva Informa (www.revdesportiva.pt).

“A avaliação contínua do atleta deve incidir assim na monitorização de complicações crónicas decorrentes da infeção, bem como nos possíveis efeitos adversos a longo prazo das terapêuticas instituídas no controlo da doença, tais como anti-inflamatórios, corticosteroides, imunossupressores ou antivirais. A fibrose pulmonar ou cardíaca decorrente da infeção, embora possam passar despercebidas pelo atleta, poderão ocasionar insuficiência cardíaca, arritmias malignas ou redução da função pulmonar, motivando sintomas súbitos induzidos pelo esforço físico, pelo que a investigação destas lesões é determinante para proteger os atletas”, referem também os médicos pneumologistas, cardiologistas e docentes da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra que assinam o trabalho.

O artigo apresenta também evidência científica atual acerca da relevância clínica das sequelas da covid-19, com particular foco no foro cardíaco e respiratório aplicáveis à população geral. Apresenta também recomendações atuais de avaliação das sequelas em atletas profissionais, amadores e recreativos, além de indicações para o regresso seguro à prática desportiva.

Pode aceder ao artigo completo AQUI.

SO

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