28 Fev, 2020

Associação de Cancro Cutâneo quer fechar solários

APCC lembra que oito minutos de exposição nos equipamentos dos solários equivale a duas horas de exposição solar com raios ultravioleta elevados.

A Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo (APCC) pede coragem política para encerrar os solários, lembrando que oito minutos de exposição nestes equipamentos equivale a duas horas, na pior altura do dia, com raios ultravioleta elevados.

Em declarações à agência Lusa na véspera do encontro que promove no sábado, 29 de fevereiro, em Lisboa, e que contará com a presença de especialistas nacionais e estrangeiros, autoridades de saúde, desportistas e outras personalidades que colaboram com a associação, Osvaldo Correia, presidente da APCC lembrou que, no ano passado, novos dados voltaram a mostrar as consequências dos solários e que “a pele memoriza as agressões”.

Todos os anos aparecem novos artigos e novas evidências. Percebo que Portugal queira estar em consonância com restantes países europeus e sabemos que no nosso país há uma menor adesão aos solários, mas a nossa sensibilidade é que essa adesão pode estar a aumentar”, afirmou.

“O problema é que os solários emitem raios ultravioleta A, que origina pigmento, mas não leva à vermelhidão e, por isso, dá uma falsa sensação de segurança”, explicou Osvaldo Correia, pedindo às autoridades que se juntem para fazer um retrato dos solários no país.

“É preciso informação, fiscalização e coragem”, acrescentou.

Ao longo de 18 anos consecutivos, estas ações de formação da APCC já envolveram mais de 13.000 profissionais, contribuindo para a literacia relativamente a este tema.

Na reunião, que decorrerá na Universidade Católica, em Lisboa, a APCC vai debater temas como as vantagens e desvantagens do sol, o tipo de lesões que se deve valorizar, a importância dos protetores solares e o risco dos protetores muito fluidos e transparentes, a importância do vestuário (tecido e design) e a relevância da temperatura e dos raios ultravioleta.

“É preciso lembrar as que pode estar um índice ultravioleta de 8 ou 9 (numa escala de 0 a 11) com 20 graus e, noutro local, estar o mesmo índice com 30 graus de temperatura. É preciso não julgar que, pelo facto de a temperatura não estar elevada, não há risco de queimadura”, lembrou o presidente da APCC.

Segundo dados da APCC, estima-se o aparecimento de 13.000 novos casos de cancro de pele este ano em Portugal, dos quais mais de 1.000 serão novos casos de melanoma.

Desde há 18 anos que Portugal participa no Dia do Euromelanoma, uma iniciativa que atualmente engloba 34 países e que este ano, em Portugal, decorrerá a 20 de maio.

RV/Lusa

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