4 Out, 2021

Asma. Relógio biológico contribui para o agravamento dos sintomas durante a noite, confirma estudo

Resultados da investigação revelam influência do sistema circadiano no agravamento da asma, sobretudo por volta das 4h.

O relógio biológico contribui para a exacerbação noturna dos sintomas da asma, confirma um estudo que procurou separar a influência do sistema circadiano de outros fatores comportamentais e ambientais. A análise promovida por cientistas do Brigham and Women’s Hospital e da Universidade de Saúde e Ciência do Oregon foi publicada no PNAS, destaca o Público.

Em comunicado, os especialistas sublinham que cerca de 75% das pessoas diagnosticadas com asma sofrem de um agravamento da intensidade dos sintomas à noite. “Sabe-se que muitos fatores comportamentais e ambientais, incluindo exercício, temperatura do ar, postura e ambiente do sono, influenciam a gravidade da asma”. No entanto, existem poucos dados, sobretudo isolados, sobre “a influência do sistema circadiano” na exacerbação dos sintomas.

Segundo esclarece um dos principais autores do trabalho, Frank Scheer, este sistema é composto por “um pacemaker central no cérebro (o núcleo supraquiasmático) e ‘relógios’ em todo o corpo, e é crítico para a coordenação das funções corporais e para antecipar as exigências ambientais e comportamentais diárias”.

Uma vez que “tem sido muito discutido até que ponto o relógio circadiano interno do corpo contribui para o agravamento da gravidade da asma”, a “investigação utilizou uma monitorização intensiva a longo prazo ao longo de dois protocolos circadianos”: um deles que impôs uma rotina constante (com vigília continua, postura constante e lanches isocalóricos) e um outro que induziu uma “dessincronia forçada” (através da incorporação de sete ciclos idênticos de 28 horas de sono e vigília com todos os comportamentos programados ao longo do ciclo).

De acordo com o que foi apurado, os protocolos confirmaram que “o sistema circadiano endógeno influencia fortemente a função pulmonar e faz com que a gravidade da asma seja pior à noite, por volta das 4h”, o qual, acrescentam, pode passar muitas vezes despercebido.

“A nossa descoberta sobre o papel-chave do relógio biológico na gravidade da asma pode ajudar no desenvolvimento de novas abordagens terapêuticas”, incluindo “a modificação do calendário dos medicamentos existentes (cronoterapia), a reorientação dos medicamentos ou tratamentos existentes dirigidos ao relógio ou a alvos e o desenvolvimento de novos medicamentos dirigidos ao sistema circadiano”, disse o coautor do trabalho, Steven Shea.

“Pode ajudar-nos a identificar indivíduos específicos nos quais o sistema circadiano causa maiores quedas na função pulmonar e pode estar envolvido em exarcebações muito graves da asma e pode ajudar a prever quem precisa de ser monitorizado mais poerto -especialmente durante a noite”, conclui Frank Scheer.

Aceda ao estudo na íntegra aqui.

SO

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