28 Ago, 2020

Apenas 20% dos hospitais resolveram espera para cirurgia superior a um ano

Os dados, que constam do relatório anual sobre o acesso a cuidados de saúde nos estabelecimentos do SNS, são referentes ao ano de 2019, não refletindo os efeitos da pandemia da Covid-19.

O objetivo traçado pelo Ministério da Saúde para o ano de 2019, era terminar o ano sem doentes à espera de cirurgia há mais de um ano, com a aplicação de medidas concretas nas especialidades mais críticas. O relatório anual sobre o acesso a cuidados de saúde nos estabelecimentos do Serviço Nacional de Saúde (SNS), indicam que apenas 20% dos hospitais cumpriu esse objetivo, avança o Jornal de Notícias.

No final de 2019, havia 27.279 utentes a aguardar por cirurgia há mais de um ano, mais 27% do que em 2018. A situação agravou-se este ano, devido à pandemia da Covid-19, no entanto os números refletem um problema que já existia ainda antes do país ter sido atingido pelo novo coronavírus.

“Cerca de 20% dos hospitais terminaram o ano sem doentes à espera para cirurgia com mais de um ano, 45% mantinham esta realidade circunscrita a especialidades específicas e os restantes continuavam a perseguir o objetivo traçado, registando ainda melhorias em diversas especialidades”, segundo consta no relatório.

 

Mais 18 mil utentes inscritos para cirurgia face a 2018

 

No Plano de Melhoria de Acesso ao SNS, constava ainda uma outra meta que a tutela ambicionava conseguir alcançar – resolver os pedidos de primeira consulta com mais de um ano. Esse objetivo foi atingindo “por cerca de metade dos hospitais” registando-se uma diminuição de “cerca de 40 mil utentes em espera para Consulta a Tempo e Horas (CTH) com mais de um ano” refere o documento. Não há referência de quantos utentes estariam nessa situação no final de 2019.

O relatório mostra também um aumento da procura de cirurgias no ano passado, com mais 18 mil utentes inscritos face ao ano anterior (2,6%) e um aumento de mais 33 mil doentes operados, de um total de 628.282. Nos hospitais do SNS foram realizadas 89,4% destas cirurgias, tendo as restantes 6,1% sido realizadas nos hospitais protocolados e 4,5% nos convencionados, que pertencem ao setor privado ou social.

O Ministério da Saúde concluiu que o Plano de Melhoria de Acesso ao SNS permitiu conter “o ritmo de crescimento” da espera prolongada para cirurgia, apesar do aumento de 27% de utentes à espera de cirurgia há mais de um ano.

AR/SO

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