10 Jan, 2022

Absentismo no SNS cresceu 21% em relação ao período pré-pandemia

Em grande parte, as faltas são justificadas por doença, proteção na parentalidade ou por acidentes ou doenças profissionais.

No ano passado, o número total de dias de ausência dos médicos, enfermeiros, assistentes operacionais e outros profissionais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) ultrapassou os 5,1 milhões em 2021 (mais 21,6% do que em 2019). As faltas são maioritariamente justificadas por doença ou por apoio aos filhos, revela o jornal Público.

As principais vagas da covid-19 – sobretudo a primeira e a terceira onda de janeiro e fevereiro de 2021 – representaram os maiores picos de absentismo no SNS. Os números refletem o impacto da pandemia nos trabalhadores dos hospitais e centros de saúde, com um elevado número de infetados, doentes ou em isolamento por contactos de risco.

Especificamente, em 2021, a nível nacional, houve mais de 2,7 milhões de dias de ausência por doença (52,8%), 1,6 milhões para “proteção na parentalidade (31,7%) e 6,4% do total foram justificados por acidentes ou doenças profissionais.

No entanto, também a pressão e o cansaço acumulado, com horas extraordinárias e férias adiadas, justificam o número de ausências que resultaram no desfalcamento dos serviços de saúde.

Ainda assim, segundo revelam os dados do Portal da Transparência do SNS, apesar do crescimento do absentismo em 2021 em comparação com o ano anterior, os dois últimos meses do ano passado registaram uma redução de 2% no número de dias de ausência. Em dezembro de 2021, o absentismo por todos os motivos desceu mais de 6,4% em comparação com o mesmo mês de 2020 e as faltas ao trabalho por doença baixou para 48,6%.

Para o presidente da Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares (APAH), Alexandre Lourenço, esta descida poderá ser justificada pelo efeito da dose de reforço da vacinação contra a covid-19 nos profissionais de saúde. “Sem termos dados científicos, a nossa perceção é a de que, a partir do momento em que se administrou a terceira dose [que começou a meio de fevereiro] – e o processo foi rápido, demorou duas ou três semanas –, observou-se uma quebra de infetados e de surtos nos hospitais”.

SO

Print Friendly, PDF & Email
ler mais
Print Friendly, PDF & Email
ler mais