“A população com diabetes tem risco acrescido de descompensar aquando da infeção pelo vírus influenza”
A descompensação da diabetes pode passar por níveis de glicemia mais altos, desidratação, agravamento da função renal e função respiratória e maior probabilidade de infeções secundárias, alerta, em entrevista, o endocrinologista ( diretor clínico da APDP e presidente da ADP), reforçando a importância da vacinação contra a gripe neste grupo da população.
Quais os principais impactos cardiometabólicos de uma infeção por gripe no doente idoso?
Temos de pensar de duas formas: por um lado, o que a infeção provoca numa pessoa que já tem doenças associadas (sejam cardiovasculares, respiratórias ou diabetes) e, por outro, se quem tem estas doenças tem um maior risco de infeção. Essa associação acontece nos dois sentidos. As pessoas com diabetes, doença cardioavacular prévia, doença renal, bem como as pessoas mais idosas e mais doentes, terão sempre menos capacidade de resistirem perante uma infeção por gripe, o que as torna mais suscetíveis a internamentos, suporte ventilatório e mortalidade. Esse é um dos riscos.
Depois, alguém infetado pelo vírus da gripe, mesmo que tenha uma destas doenças não descompensada, vai ter maior risco de a ver descompensar.
Como se podem prevenir essas situações?
Temos de tentar que as pessoas em maior risco estejam cobertas pela vacinação, no sentido de prevenir a infeção. Portugal deu o exemplo, há muito anos, ao colocar as populações em maior risco na primeira linha da vacinação contra a gripe. Não sendo dos piores países da Europa, ainda tínhamos e temos margem de melhoria. Por isso, ainda faz sentido chamar a atenção da população e dos profissionais de saúde para a importância da vacinação.
A vacinação contra a gripe tem uma importância acrescida na população diabética?
A população com diabetes tem um risco acrescido de descompensar quando tem uma infeção respiratória, como a causada pelo vírus influenza. Neste caso, a descompensação da diabetes pode passar por níveis de glicemia mais altos, desidratação, agravamento da função renal e função respiratória e maior probabilidade de infeções secundárias (nomeadamente bacterianas).
SO