23 Jan, 2024

A DPOC não vive só…

“A DPOC não vive só…” é um dos temas abordados nesta primeira edição do “Allergy & Respiratory Summit 2024”. Eurico Silva, médico de Medicina Geral e Familiar (MGF) na USF João Semana, em Ovar, e um dos oradores desta sessão, enumera três razões pela quais considera pertinente abordar esta temática, ainda que num evento dedicado a alergias.

“A primeira razão é o seu impacto de carga de doença em MGF e a sua morbimortalidade; em segundo, porque quando falamos de doenças obstrutivas crónicas ocorrem imediatamente Asma e DPOC e é necessário saber fazer bem o diagnóstico diferencial, pois a abordagem é diferente; e, por fim, porque a DPOC não vive só e a pessoa com DPOC pode ter também doença alérgica.”

Quando questionado acerca das doenças associadas à DPOC, Eurico Silva responde que o capítulo 5 “COPD and comorbidities” das guidelines GOLD 2024 elenca as principais comorbilidades que impactam na saúde da pessoa com DPOC. “As mais prevalentes são as cardiovasculares, mas outros sistemas são também interligados, como a osteoporose, o refluxo gastroesofágico, a ansiedade e depressão, o cancro do pulmão, o défice cognitivo, a anemia, entre outros”, refere o médico de família.

E continua: “É um emaranhado complexo de patologias que podem estar presentes na mesma pessoa e em que o seu diferente nível de controlo concorre também para o melhor ou pior controlo da DPOC e sua evolução.”

Como principais conclusões desta sua apresentação, Eurico Silva observa que “ser médico de família permite identificar as diferentes comorbilidades e estabelecer um plano para se atingir o controlo das mesmas e assim atingir o melhor estado de saúde possível da pessoa”.

De acordo com o orador, as GOLD 2024 mostram que a forma de tratar as diferentes patologias não são influenciadas pela pessoa ter DPOC, o que facilita a abordagem. “A principal ideia que partilhamos, vinda da experiência clínica, é que temos de encontrar os eixos principais de intervenção e agir. Mudar de inalador não vai solucionar quando as restantes comorbilidades não se encontram controladas. É um desafio, mas afinal, qual é o médico que não gosta de desafios?!”

 

SM

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