8 Out, 2025

Ministra da Saúde anuncia negociações com sindicatos sobre urgências regionais ainda para este mês

“As urgências regionais, em primeiro lugar, não são apenas para Obstetrícia e Ginecologia, vão também abranger outras especialidades”, indicou a ministra da Saúde.

Ministra da Saúde anuncia negociações com sindicatos sobre urgências regionais ainda para este mês

Os diplomas que permitirão iniciar negociações sobre as urgências regionais estarão “em cima da mesa” na terceira semana de outubro, segundo a ministra da Saúde, Ana Paula Martins.

“As urgências regionais, em primeiro lugar, não são apenas para Obstetrícia e Ginecologia, vão também abranger outras especialidades”, explicou a governante, à margem do 3.º Congresso Nacional da Distribuição Farmacêutica, sublinhando que esta medida é “um imperativo” face à escassez de recursos humanos.

Confrontada com os constrangimentos que continuam a afetar os serviços de urgência, sobretudo na área da obstetrícia, Ana Paula Martins admitiu que seria necessário “mais do dobro dos profissionais” a trabalhar em regime de tempo completo no Serviço Nacional de Saúde (SNS) para garantir o normal funcionamento das urgências.

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“Mesmo que todos os obstetras do país, incluindo os que trabalham no setor privado, viessem para o público – o que sabemos que não vai acontecer –, não seria possível dispensar o modelo das urgências regionais”, afirmou.

Sobre o caso do bebé que nasceu no sábado na receção das urgências do Hospital Santos Silva, em Gaia, a ministra disse que “uma situação destas não pode deixar ninguém descansado”, assegurando, contudo, que “o hospital já acionou os mecanismos necessários para o reporte do sucedido”. A governante recordou ainda que a Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) abriu um processo de averiguação.

“É evidente que não podemos passar o nosso tempo em inquéritos e processos. O que queremos é que o SNS funcione e funcione bem”, acrescentou, escusando-se a comentar mais detalhadamente o caso por não conhecer “toda a realidade”.

Questionada sobre a demissão da diretora clínica do Hospital Doutor Fernando da Fonseca (Amadora-Sintra), Ana Paula Martins explicou que a saída se deveu “a motivos de natureza pessoal”. “Por vezes, temos energia para enfrentar os desafios, mas há momentos em que a vida não nos permite continuar. Não é uma desistência, é um ato de coragem”, afirmou, elogiando o trabalho “de muita dedicação” da profissional.

Relativamente às críticas sobre alegada falta de autoridade política, vindas sobretudo da esquerda, a ministra desvalorizou: “Estamos num período eleitoral e é natural. Não falta autoridade política à ministra para tomar as decisões que precisa de tomar, nem falta energia ou vontade.”

Quanto às recentes declarações do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que afirmou estar atento à situação da saúde e prometeu pronunciar-se após as eleições autárquicas, Ana Paula Martins optou por não comentar diretamente. “Estou muito tranquila com a avaliação que os portugueses fazem das políticas que estamos a implementar. Isso chama-se humildade democrática”, concluiu.

SO/LUSA

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