15 Mar, 2024

27th International Meeting: Update on Dermatology. “São palestrantes de renome com muita experiência”

António Massa é o presidente do 27th International Meeting: Update on Dermatology Treatments, que decorre entre hoje e amanhã, no Porto. As últimas atualizações em terapêutica vão estar em debate numa reunião que conta com a presença de participantes dos Países Oficiais de Língua Portuguesa (PALOP).

Qual a importância deste evento?

Apresenta 24 temas de terapêutica e alguns com dois itens como é o caso da alopecia androgenética e hirsutismo. Na prática acabam por ser 30-40 temas sobre terapêutica. Os palestrantes são pessoas de renome, com muita experiência na área. É o 27.º, sem interrupção, e tem sido sempre muito participado, com uma média de 200 a 250 médicos em cada evento. Este ano, dos 28 dermatologistas de Angola, estarão presentes 22, tendo o consulado acelerado a vinda destas profissionais para o Meeting. É mais um momento de partilha entre Portugal e Angola. Em agosto passado estivemos no país pela quinta vez a tratar pessoas com albinismo, por exemplo. É um intercâmbio muito importante. Além disso, virão colegas de Moçambique, Cabo Verde e, pela primeira vez, virá um dermatologista da Guiné-Bissau. Contaremos ainda com a presença de colegas da Galiza.

A psoríase e a dermatite atópica são dois dos temas habituais. Que avanços há nestas duas entidades clínicas?

Estes e outros temas são sempre abordados, mostrando as últimas novidades. Também se fala sobre o que é mais antigo, mas que se mantém atual, quer nestas duas patologias quer noutras como alopecia, cancro da pele, entre outras. O programa é de elevada qualidade. Destaco ainda uma colega dos EUA que vai contar a sua experiência, como voluntária na Arménia sobretudo com o laser vascular em patologias como angiomas. Um imenso mundo de doenças é tratado com esta técnica. As novidades serão avançadas nestes dois dias…

“No caso do vitiligo, a fototerapia ultravioleta B banda estreita continua a ser a primeira opção e com a qual temos uma experiência no vitiligo desde há 23 anos”

E relativamente ao vitiligo, que é uma área à qual se tem dedicado há vários anos?

No caso do vitiligo, a fototerapia ultravioleta B banda estreita continua a ser a primeira opção e com a qual temos uma experiência no vitiligo desde há 23 anos. Ao contrário do que é dito na Wikipedia, esta doença tem tratamento. Os resultados na face e pescoço são a grande maioria das vezes resolutivos; é mais difícil essa eficácia nas áreas de pele em que a parte óssea está próxima, caso das mãos, cotovelos e joelhos. A utilização de tópicos, e por vezes medicação oral, ajudam no sucesso do tratamento – e atrevo-me a dizer que há doentes que ficam sem lesões durante anos. Estávamos a tratar uma rosácea com laser pulsado de contraste 595 nm e quando observámos o vitiligo onde o laser havia atuado, as lesões tinham desaparecido. Isto já aconteceu há muitos anos e foi fruto do acaso, como em muitas outras situações. É assim hoje este laser mais uma ajuda para estes doentes e quanto mais cedo iniciarem este tratamento, melhor. Temos doentes há cerca de 20 anos tratados sem recidiva.

Como avalia a ligação de Portugal com os PALOP na área da Dermatologia?

É excelente! A formação conta, em parte, com o patrocínio da Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia. O Dr. Miguel Correia e o Dr. Pedro Andrade têm sido grandes entusiastas em dar apoio a colegas, de São Tomé e Príncipe que não tinha Dermatologia. Atualmente, temos uma colega desse país  em Coimbra, em formação. O mesmo acontece com Angola e outros. Há temas deste evento que foram escolhidos já a pensar na realidade que estes colegas têm no seu local de trabalho. Queremos estreitar laços com os nossos colegas amigos.

MJG

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