5 Jul, 2019

Estudo: Síndrome das pernas inquietas associada à saúde intestinal

Investigadores de Stanford (EUA) estão a conduzir um estudo que sugere uma ligação entre o crescimento excessivo de bactérias no intestino delgado e a síndrome das pernas inquietas.

Um estudo, ainda numa fase inicial, sugere que existe uma associação entre o crescimento excessivo de bactérias no intestino delgado e a síndrome das pernas inquietas, o que parece vir corroborar as últimas investigações que relacionaram a saúde da flora intestinal com a saúde do sono.

Recorrendo a sete pacientes essa síndrome, investigadores de Stanford (na Califórnia) observaram um crescimento excessivo de bactérias no intestino delgado. Explorar esta relação pode levar a novas formas de detetar, prevenir e tratar a síndrome das pernas inquietas, diz ao Medscape o Dr. Daniel J. Blum, primeiro investigador e orientador clínico no Stanford Center for Sleep Sciences and Medicine .

O estudo foi apresentado no SLEEP 2019: 33rd Annual Meeting of the Associated Professional Sleep Societies.

Embora a causa da síndrome das pernas inquietas não seja conhecida, os especialistas acreditam que esta patologia possa ser causada por uma carência de ferro nos pacientes. Os participantes do estudo foram recrutados no Stanford Sleep Center e divididos em três grupos: doentes com baixa reserva de ferro (< 50 ng/mL e/ou saturação de transferrina < 18%); com reserva de ferro normal; e o grupo de controlo.

Como parte do estudo, os participantes preencheram questionários sobre o sono e os sintomas de crescimento excessivo de bactérias no intestino delgado, e levaram para casa um kit de recolha de fezes e um kit de teste respiratório. Os sete participantes com diagnóstico de síndrome das pernas inquietas que completaram o protocolo até foram três homens e quatro mulheres. Todos tinham má qualidade de sono.

Todos os sete participantes tinham um crescimento excessivo de bactérias no intestino delgado. Para se ter uma ideia, a prevalência de crescimento excessivo de bactérias no intestino delgado na população geral é estimada entre 6% e 15%, o que sugere que este quadro possa ser muito mais comum na população com síndrome das pernas inquietas.

“Há um estudo inédito que mostra que, entre as pessoas com um crescimento excessivo de bactérias no intestino delgado e síndrome das pernas inquietas, se tratarmos a primeira patologia, a segunda melhora significativamente”, disse o Dr. Daniel J.Blum.

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