Falta de “condições basilares” levam à demissão da diretora de farmácia do Hospital de Gaia
A administração do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho confirmou a demissão da atual diretora Aida Batista.
Apesar de alguns constrangimentos, o serviço é assegurado e “não coloca em causa o bem-estar” dos utentes ou a prestação de serviços assistenciais, acrescentou.
Além disso, o centro hospitalar adiantou que a 11 de junho iniciou funções um novo farmacêutico e que, no próximo dia 01 de julho, começará mais um.
A diretora do serviço farmacêutico desta unidade hospitalar apresentou a demissão por falta de condições de trabalho e falta de pessoal, com “enorme potencial de ocorrência de acidentes graves” que podem afetar os doentes.
Numa carta enviada ao diretor clínico e à administração do Centro Hospitalar, a farmacêutica Aida Batista pede a sua substituição imediata enquanto diretora do serviço farmacêutico de Vila Nova de Gaia/Espinho, avisando para a falta de “condições basilares” para exercer o cargo, que chegaram a tomar “proporções assustadoras”.
“Tem havido uma delapidação constante do capital humano em quase todas as classes profissionais que colaboram no serviço farmacêutico”, escreve a responsável na carta, a que a agência Lusa teve acesso, sublinhando que deu conhecimento superior destas dificuldades várias vezes.
Aliás, o serviço farmacêutico do Centro Hospitalar de Gaia/Espinho deixou de funcionar 24 horas por dia, passando a assegurar um horário das 08:00 às 20:00.
A bastonária da Ordem dos Farmacêuticos considerou hoje, no Porto, que encontrar um novo diretor “não resolve os problemas” que levaram à demissão da atual responsável pelo serviço.
“Vamos ser claros, os problemas mantêm-se no hospital. Quando estas demissões acontecem, depois de mais de 40 anos de carreira, é porque as pessoas, os profissionais já não conseguem responder com segurança e com responsabilidade, àquilo que lhes é pedido”, sublinhou Ana Paula Martins.
Segundo a bastonária, “é de facto uma situação que tem de ser resolvida”, tendo em conta que “a diretora do serviço se demitiu porque não tem recursos humanos suficientes e porque há muitos anos que é sistematicamente prometido novas instalações”.
SO/LUSA