21 Jun, 2022

VMERs da Guarda e da Covilhã estão “frequentemente paradas”. Socorro em risco

Faltam recursos na emergência pré-hospitalar na região Centro, particularmente nesta área "muito sensível", alerta o presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos.

A taxa de inoperacionalidade das Viaturas Médicas de Emergência e Reanimação (VMER) aumentou para 1,8% no ano passado, sendo que a situação mais grave se verifica no interior do país. Na Covilhã, um terço dos turnos da escala da VMER ficam por preencher, o que deixa a população sem assistência, denuncia a Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM).

“É um altíssimo risco para toda a região do interior Centro. No mês de junho, na Covilhã, a VMER tem um terço dos turnos da escala a descoberto. Não podemos deixar os cidadãos desta região sem o socorro necessário para os casos de emergência”, diz Carlos Cortes, o presidente da SRCOM. Faltam recursos na emergência pré-hospitalar na região Centro, e na Guarda e Covilhã em particular.

Para Carlos Cortes esta é mais uma prova de que “o Ministério da Saúde não cumpre a sua missão, não consegue planear os recursos humanos e é incapaz de resolver os problemas mais graves da emergência hospitalar”.  “É inadmissível que a VMER da Guarda e da Covilhã fiquem frequentemente paradas. Os cuidados emergentes à população não podem ficar inoperacionais”, denuncia, em declarações ao jornal i. A situação é preocupante porque se tratam de VMERs que abarcam grandes áreas de território, com poucos serviços de saúde e em que muita população envelhecida se encontra, muitas vezes, a dezenas de quilómetros do hospital mais próximo.

“Estamos a falar de áreas onde as pessoas vivem muito dispersas, com vias de comunicação mais difíceis para chegar às diferentes povoações. É uma zona muito sensível“, diz o responsável. Na Guarda, a VMER esteve parada esta segunda-feira durante o dia e vai voltar a ficar parada na quarta-feira à tarde, entre 14h e as 20h.

“O Ministério da Saúde falha, mais uma vez, onde não é permitido falhar: o atendimento emergente das populações. Este acumular de falhas do Ministério da Saúde está a tornar-se um obstáculo perigoso para o próprio SNS. Pedimos uma intervenção imediata do Ministério da Saúde”,

Por classificar esta situação como extremamente grave, a SRCOM irá remeter um ofício urgente ao Ministro da Saúde e à Inspeção-Geral das Atividades em Saúde já que as unidades hospitalares são responsáveis por manter a equipa da VMER sempre operacional.

SO/COMUNICADO

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