27 Dez, 2017

Ver muita televisão aumenta o risco de coágulos de sangue nas veias

Um estudo explorou a ligação entre a ocorrência de tromboembolismo venoso e o ato de ver televisão com muita frequência.

Investigadores já tinham relacionado a quantidade de tempo despendido em frente à televisão com o risco de doença cardíaca causado por coágulos de sangue nas artérias. A importância deste novo estudo prende-se com o facto de ser o primeiro a explorar a ligação entre o tromboembolismo venoso – uma série de condições onde se desenvolvem coágulos de sangue nas veias – e o ato de ver televisão.

O tromboembolismo venoso (VTE, na sigla inglesa) é como que um “chapéu-de-chuva” que inclui a trombose venosa profunda (DVT, na sigla inglesa) e o embolismo pulmonar (PE, na sigla inglesa). Apesar de poder ocorrer em qualquer idade, o VTE é mais comum a partir dos 60 anos.

A DVT carateriza-se por coágulos de sangue que se formam nas veias mais profundas do corpo, como nos braços, pernas e pélvis. O PE ocorre quando um coágulo rebenta e entra nas artérias e nos pulmões.

Para a investigação, Mary Cushman, professora de medicina na Universidade de Vermont, em Burlington, e a sua equipa recorreram a dados do “Atherosclerosis Risk in Communities Study”. Dados de 15.158 pessoas, entre os 45 e os 64 anos, todos eles sem sinais de VTE entre 1987 e 1989 quando responderam pela primeira vez em que categoria se inseriam quanto à frequência com que viam televisão – “nunca ou raramente”, “às vezes”, “muitas vezes” ou “muito frequentemente”. As respostas foram recolhidas novamente em 1993-1995 e em 2009-2011 e os episódios de VTE foram também registados durante o período de acompanhamento.

Durante esse período, onde foram registados 694 VTE, os investigadores descobriram que houve uma relação de “dose-resposta” (quanto maior a dose de exposição a determinado fator, maior a resposta a este) entre a frequência com que viam televisão e o risco de desenvolverem o primeiro VTE. O risco foi 1,7 vezes superior para os participantes que responderam que viam televisão “muito frequentemente”, quando comparados aos que responderam “nunca ou raramente”. A relação serve também para o risco de desenvolver DVT e PE.

Evitar estar sentado muito tempo

Em 2016, a American Heart Association (AHA) emitiu uma declaração sobre os riscos para a saúde causados pelo ato de estar sentado durante um elevado período de tempo. Os seus autores alertaram que estar sentado durante largos períodos – mesmo para as pessoas que são fisicamente ativas – pode aumentar o risco de desenvolver diabetes, doença cardíaca e outros problemas de saúde.

Mary Cushman dá dicas para que as pessoas se exercitem, mesmo enquanto vêem televisão, para contrariar este efeito. “Podem colocar uma passadeira ou uma bicicleta estática em frente à televisão, por exemplo”.

A professora admite que o problema não é ver televisão, mas sim a tendência em “petiscar” algo e ficar sentado por período prolongados enquanto o faz.

MNT/SF

 

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