1 Fev, 2023

Utentes defendem criação de um registo clínico único em todo o sistema de saúde

A Plataforma para a Saúde em Diálogo defende um registo clínico único para que se possa aceder à informação dos doentes sempre que vão ao médico, independentemente de estarem no setor público, privado ou social.

“Através de uma centralização dos dados em saúde, numa mesma arquitetura, conseguimos muitos ganhos não só para os doentes, mas para o próprio sistema de saúde”, disse ao jornal Público a presidente da Direção da Plataforma para a Saúde em Diálogo, Maria do Rosário Zincke.

A responsável, que representa mais de 60 associações de doentes, falou no Fórum Saber Mais  para Apoiar Melhor, que decorreu na passada quinta-feira, em Lisboa.

Maria do Rosário Zincke sublinhou que este registo iria diminuir os custos para o sistema de saúde, nomeadamente por se evitar a duplicação de exames complementares de diagnóstico. “Se não tiver acesso, o profissional de saúde vai pedir outros [exames]. Há gastos que são dispensáveis ou até lacunas. Entendemos também que este registo único vai facilitar, e muito, o percurso de cuidados entre os vários níveis (cuidados primários, hospitalares e continuados).”

Lembrou ainda que a informação clínica é do doente. “Conhecer o historial é fundamental. Não é que o testemunho da pessoa não seja importante, mas através de uma avaliação clínica, de exames e de relatórios, ganha-se também no aspeto da segurança.”

De acordo com os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS), a criação desse registo já está em curso, nomeadamente “a definição de standards e de especificações técnicas necessárias para interoperar os dados dos utentes, para que possam ser mais bem servidos em qualquer ponto do sistema nacional de saúde”.

Na conferência falou-se de alguns projetos que vão ao encontro deste pedido dos utentes como o e-MCDT da Administração de Saúde Regional do Norte, que centraliza a leitura e partilha de radiografias, e o MyHealth@EU, em vigor em cerca de dez países da União Europeia.  Este último permite que os cidadãos de um país possam comprar medicamentos num outro e que os seus dados de saúde possam ser disponibilizados a prestadores de outros estados-membros.

SO/PÚBLICO

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