27 Ago, 2021

Técnicos de diagnóstico e terapêutica nos Açores com progressão na carreira paga “este ano”

O acordo assinado prevê um reposicionamento remuneratório, com efeitos a janeiro de 2018, tendo por base na contagem de 1,5 pontos por ano de serviço.

Mais de 200 técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica dos Açores deverão ter atualizações salariais “este ano”, devido à progressão na carreira, num montante total de cerca de 400 mil euros, revelou ontem o Governo Regional.

“Corresponde a um valor financeiro de 850 mil euros, sendo que o grosso deste valor é pago já no corrente ano de 2021, cerca de 400 mil euros. A restante parte é paga nos dois anos seguintes. É uma forma de repor a justiça relativamente aos profissionais de saúde, neste caso dos técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica”, afirmou o secretário regional da Saúde e Desporto dos Açores, Clélio Meneses.

O governante falava, em declarações aos jornalistas, em Angra do Heroísmo, à margem da assinatura de acordos com o Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública (SINTAP), o Sindicato Nacional dos Técnicos Superiores de Saúde das Áreas de Diagnóstico e Terapêutico (STSS), o Sindicato dos Técnicos Superiores de Diagnóstico e Terapêutica (SINDITE) e o Sindicato dos Fisioterapeutas Portugueses (SFP).

O Serviço Regional de Saúde integra perto de 400 técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica, dos quais 236 deverão ser abrangidos por aumentos salariais, que, segundo Clélio Meneses, começarão a ser pagos “ainda durante este ano, nos próximos meses”.

O acordo assinado prevê um reposicionamento remuneratório, com efeitos a janeiro de 2018, tendo por base na contagem de 1,5 pontos por ano de serviço.

O secretário regional, do executivo da coligação PSD/CDS-PP/PPM, salientou que a regularização e reposição remuneratória dos profissionais de saúde da região representa um esforço financeiro de “milhões de euros” e que já há acordos fechados com três carreiras.

“Já conseguimos para os farmacêuticos, para os enfermeiros, para os técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica, com acordos celebrados, assinados e concretizados. Vamos agora partir para o mesmo processo negocial com as carreiras gerais [assistentes operacionais, assistentes técnicos e técnicos superiores] e também para os médicos”, revelou.

Para o dirigente do Sintap, Francisco Pimentel, o processo negocial “foi longo”, mas houve “abertura” do Governo Regional em relação às principais reivindicações da classe.

“Foi feita justiça em relação a este pessoal na contagem do tempo de serviço e tendo em conta a reivindicação da contagem de um ponto e meio por cada ano. É positivo. Saímos daqui satisfeitos”, afirmou.

O sindicalista disse esperar que o mesmo acordo seja alargado à carreira de regime geral e às carreiras não revistas, alegando que é preciso “reconstituir as carreiras que estiveram estagnadas ao longo dos últimos anos”.

Também a dirigente do STSS, Carla Silva, disse estar satisfeita com a contagem de 1,5 pontos por ano para efeitos de progressão na carreira e com a igualdade de critérios para os profissionais com contrato individual de trabalho.

“Foi um processo que se iniciou já há dois anos e tem sido um processo por justiça e foi aquilo que conseguimos hoje, foi ter justiça”, apontou.

Carla Silva lembrou que o anterior executivo açoriano, do PS, que governou até novembro de 2020, tinha acordado contabilizar apenas um ponto por ano de serviço, alegando que os técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica estavam “a ser discriminados face a outros profissionais de saúde”.

 

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