15 Jul, 2021

Portugal registaria 60 a 80 mortes diárias se não houvesse vacinas

Sem vacinas “estaríamos pior mas não estamos bem”, diz especialista, sublinhando que os óbitos vão aumentar à boleia do crescimento das infeções.

“Podíamos estar pior, mas não estamos bem”, defende o matemático do Instituto Superior Técnico (IST) Henrique Oliveira, uma vez que, apesar da incidência continuar a aumentar, sem vacinas a estimativa é que o país estivesse atualmente com mais de 9 mil casos diários e com 60 a 80 óbitos diários relacionados com a covid-19, revelou ao jornal i.

Tal como explica o especialista, caso se mantivesse a taxa de letalidade no período pré-vacinas, Portugal estaria atualmente com uma percentagem de 2,4%, o que, tendo em conta o número de casos diários, representaria um volume de óbitos entre as seis e as oito dezenas diariamente. No entanto, já a partir de 10 de abril, esta baixou para cerca de 0,3%, o que reforça o efeito e a importância da vacinação no número de óbitos registados todos os dias.

Segundo revela, foi a partir desta altura que as curvas relativas à mortalidade – a que representa o que era esperado sem vacinas e a respetiva realidade – se começaram a separar, “algo intensificado no último mês que foram feitas um milhão de segundas doses”. Contudo, o número de óbitos diários deve continuar a aumentar, já que a incidência só deve começar a diminuir no final de julho.

“Se não tivéssemos vacinas estávamos em confinamento, mas é preciso manter medidas”, corroborou o coordenador do gabinete de crise da Ordem dos Médicos, Filipe Froes, na apresentação da proposta de uma nova matriz de risco. Tal como salientam os dados, se a incidência continuar a aumentar, os óbitos não vão deixar de subir.

Neste sentido, o coordenador revela que a nova matriz de risco proposta permite mostrar a eficácia da vacina e garante a previsibilidade e transparência que permitirá fundamentar decisões e explicá-las à população. “O nosso indicador vem completar o ciclo de conhecimento, de controlo de transmissão, de coerência de regras”, no sentido em que é necessário “aplicar as melhores medidas em cada altura”, uma vez que o país ainda se encontra “à beira da linha crítica”.

SO

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