22 Set, 2022

Portugal deve melhorar o acesso a testes de diagnóstico precoce, sugere estudo

Autores do estudo propõem a criação de desta autoridade independente que teria como objetivo regular e melhorar o acesso a testes de diagnóstico, garantindo um acesso qualificado a estes dispositivos.

A criação de um modelo de fast-track que possibilite uma rápida avaliação de diagnóstico in vitro tornando possível um maior acesso dos cidadãos à sua utilização, de forma a gerar poupança e a melhorar indicadores de saúde foi uma das principais conclusões do estudo apresentado na conferência “Diagnóstico In Vitro: mais acesso, melhor saúde”, que se realizou no auditório do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge.

De acordo com o estudo desenvolvido pela NOVA IMS — que envolveu um painel de peritos nacionais e internacionais da área da saúde representativos das dimensões clínica, doentes, financiamento e sistemas de saúde — trata-se de uma ação fundamental, pois antevê e demonstra de uma forma sistematizada a proposta de valor de uma dada solução para o diagnóstico in vitro (DIV), possibilita a sua estandardização e, consequentemente, uma melhor alocação de investimento e gestão de recursos.

A criação desta autoridade independente para os DIV teria como objetivo regular e melhorar o acesso a testes de diagnóstico, operando de forma a garantir que existe um acesso qualificado a estes dispositivos, para dar acesso a cidadãos e profissionais de saúde a soluções de diagnóstico que durante anos não são disponibilizadas de forma equitativa no Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Como exemplo, o relatório evidencia um caso relacionado com a insuficiência cardíaca (IC), uma doença que afeta cerca de 400 mil portugueses, considerada a terceira causa mais comum de hospitalização em Portugal e cujos internamentos no primeiro ano após alta custam ao Serviço Nacional de Saúde (SNS) cerca de 27 milhões de euros. De acordo com um estudo publicado na Revista Portuguesa de Cardiologia, caso um biomarcador (NT-proBNP) pudesse ser disponibilizado nos cuidados de saúde primários poderia gerar-se uma poupança de até 3 milhões de euros para o SNS.

Atualmente, o NT-proBNP, no mercado português desde 2005, não é comparticipado quando requisitado por médicos de família, o que poderá contribuir para o diagnóstico tardio da IC em Portugal. Esta falta de financiamento foi apontada no Consenso Estratégico para a Insuficiência Cardíaca em Portugal como uma das maiores falhas no que respeita a cuidados em IC em Portugal5.

As conclusões do estudo indicam também que a população em geral não tem conhecimento sobre a importância do DIV, recomendando-se a aposta na literacia das tecnologias inovadoras através do reforço da importância do diagnóstico para o futuro da saúde. Os peritos consideram ainda que o DIV é uma componente fundamental do sistema de saúde, quer na prática clínica, quer para a saúde pública, sendo relevante para a gestão do doente, monitorização e rastreio populacional, bem como para a sustentabilidade global do Sistema.

O estudo “Melhor Saúde: o valor do acesso ao Diagnóstico In Vitro” recorreu a ferramentas de Design Thinking, contando com o contributo de peritos nacionais e internacionais de diversas áreas e departamentos dentro do setor da saúde para analisar a importância do Diagnóstico in vitro em relação aos temas de acesso aos diagnósticos; avaliação de tecnologias; e inovação. O resultado passou pela elaboração de três propostas de Modelos de Inovação: Fast-Track; Modelo de Governança; Incubadora de Projetos de Inovação.

A conferência foi organizada pela Roche, numa parceria com a NOVA IMS e Expresso, a qual contou com o apoio científico do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).

COMUNICADO

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