ONUSIDA pede maior envolvimento ao Governo angolano para acelerar combate à doença
A diretora da ONUSIDA em Angola incentivou o Governo angolano a promover "um maior envolvimento e eficiência da sociedade" na aplicação das prioridades assumidas pelo país com a declaração política sobre o HIV
A declaração de Sihaka Tsemo, do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre o VIH/SIDA, foi feita ontem em Luanda, durante a cerimónia de abertura de um seminário sobre liderança e gestão de projetos para as organizações da sociedade civil em Angola, organizado pela Rede Angolana das Organizações de Serviços de Sida (Anaso).
De acordo com a diretora da ONUSIDA, Angola comprometeu-se em acelerar as prioridades da Declaração Política sobre o VIH através da redução de novas infeções em adolescentes, redução do estigma e discriminação, mitigação do impacto entre populações-alvo e melhorar a comunicação e a coordenação de uma resposta multissetorial.
“No sentido de eliminar a epidemia da Sida até 2030, o que requer um maior envolvimento, compromisso e eficiência da sociedade a todos os níveis para o alcance dos objetivos 90/90/90 até 2020 [Testagem, Tratamento e Supervisão Viral]”, enfatizou.
De acordo com o Instituto Nacional de Luta contra a Sida de Angola estima-se que cerca de 300.000 pessoas estejam a viver com o VIH/Sida no país, incluindo 19.000 crianças.
O seminário é organizado pela Anaso, com o apoio da ONUSIDA, do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e do Instituto Nacional de Luta contra a Sida de Angola, e congrega vinte líderes e representantes de organizações não-governamentais durante três dias de formação.
O papel da sociedade civil no combate ao VIH foi igualmente assinalado pela diretora da ONUSIDA em Angola. “Saudamos os esforços que tem feito a sociedade civil para tirar a resposta ao VIH/SIDA fora do isolamento, reforçar a abordagem integrada e reforçar a colaboração com os parceiros do governo e do setor privado”, sublinhou.
Sihaka Tsemo disse ainda que espera ver representada a sociedade civil na “reativada” Comissão Nacional de Luta Contra o VIH/SIDA e as Grandes Endemias e dos Comités Provinciais de Luta contra SIDA e Grandes Endemias.
“Esperamos que a sociedade civil possa ser representada para permitir uma rápida operacionalização da estratégia dos 90/90/90 até o ano de 2020 e fim da SIDA até 2030, assim como exigir maior prestação de contas de todos os setores da sociedade civil como parceiro incontornável do processo”, concluiu.
LUSA/SO/SF