OMS designa três candidatos para a eleição do diretor-geral em maio
A Organização Mundial da Saúde (OMS) designou ontem os três […]
A Organização Mundial da Saúde (OMS) designou ontem os três candidatos que em maio vão tentar garantir o posto de diretor-geral desta agência da ONU, com três finalistas provenientes do Reino Unido, Etiópia e Paquistão.
Entre os cinco candidatos ao cargo, os 34 membros do Conselho executivo da OMS, reunidos em Genebra, selecionaram os médicos Tedros Adhanom Ghebreyesus (Etiópia), David Nabarro (Reino Unido) e Sania Nishtar (Paquistão).
A escolha do futuro chefe da OMS será decidida pelos 194 países membros no decurso da Assembleia mundial da Saúde em maio, e assumirá as funções em 01 de julho.
A eliminação do professor Douste-Blazy, 64 anos, quatro vezes ministro (duas vezes da Saúde, da Cultura e dos Negócios Estrangeiros) está a ser considerada um revés para as autoridades francesas, que apostavam na sua candidatura.
Dos três finalistas, dois homens e uma mulher, o britânico David Nabarro, 67 anos, é considerado favorito, indica a agência noticiosa France-Presse (AFP).
No entanto, o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros etíope, Tedros Adhanom, 51 anos, é apoiado pela União Africana. Reconhecido investigador sobre o paludismo, este também antigo ministro da Saúde pretende tornar-se no primeiro africano a dirigir a OMS.
Nabarro, diplomado em Medicina pela universidade de Oxford, exerce desde 1999 funções de responsabilidade nas Nações Unidas e na OMS. Entre agosto de 2014 e dezembro de 2015 foi o enviado especial da ONU para a luta contra o vírus Ébola.
A única mulher, a cardiologista paquistanesa Sania Nishtar, 53 anos, trabalha desde 2014 na OMS como copresidente da Comissão para combater a obesidade nas crianças. Em 2015, foi uma candidata preterida ao cargo de Alto-Comissário da ONU para os Refugiados (ACNUR).
“É uma eleição de uma enorme importância”, declarou à AFP Ashish Jha, diretor do Instituto de saúde mundial da universidade de Harvard.
“Existe verdadeiramente uma crise existencial na OMS”, acrescentou este coautor de um relatório de 2015 apelando a reformas radicais na agência.
A OMS é provavelmente a mais influente agência das Nações Unidas, ao coordenar as repostas às pandemias como o Ébola e o Zika, mas fixa igualmente normas para os sistemas de saúde nacionais, incluindo nos países ocidentais.
Margaret Chan (Hong Kong, China), a atual diretora-geral da OMS, cumpriu dois mandatos de cinco anos desde 2006. A sua presidência foi designadamente acusada de falta de transparência.
A OMS foi ainda criticada pela sua ausência de discernimento face à gravidade da crise do Ébola em 2014 na África ocidental, com um total de 11.000 mortos. Nenhum responsável foi sancionado.
LUSA/SO