O essencial da obesidade no momento atual – Tratar e Referenciar

Nas últimas décadas houve um crescimento acentuado da prevalência de excesso de peso e obesidade, sendo essencial a ação concertada de profissionais dos cuidados de saúde primários e hospitalares.

Na avaliação destes doentes é fundamental procurar e abordar fatores causadores e comorbilidades. As alterações de estilo de vida são sempre a base do tratamento. Diversos padrões alimentares são adequados, privilegiando-se uma dieta equilibrada, individualizada e promotora de um défice calórico de ~500-700 kcal/dia. A prática de atividade física programada e individualizada deve envolver exercício aeróbio (>150 minutos/semana em 3-5 dias separados) e de resistência (2-3 vezes/semana). A abordagem de problemas comportamentais não também pode ser descurada.

Em pessoas com índice de massa corporal (IMC) ≥27 kg/m² e comorbilidades ou IMC ≥30 kg/m² devem ser ponderadas medidas farmacológicas como adjuvantes, e não como substitutos, das medidas de estilo de vida. Em Portugal encontram-se disponíveis, de forma não comparticipada, o liraglutide, o orlistato e o bupropriom/naltrexona.

As recomendações estabelecidas para cirurgia bariátrica são: IMC ≥35 kg/m² com comorbilidades; IMC ≥40 kg/m²; diabetes e IMC ≥30 kg/m² que não conseguem otimizar o controlo metabólico. Recentemente algumas sociedades publicaram recomendações mais alargadas. Espera-se uma redução de peso sustentada com impacto na morbimortalidade, mas a manutenção destes benefícios está dependente do cumprimento continuado das medidas adequadas de estilo de vida.