11 Nov, 2022

Novas sublinhagens não são motivo de alarme, garante o INSA

“Até agora, não há evidência (prova) de que estas sublinhagens sejam mais severas em termos de risco, hospitalização, risco de morte", sublinha João Paulo Gomes, investigador do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA).

O investigador João Paulo Gomes afirmou hoje que “não há qualquer motivo para alarme” em relação às novas sublinhagens da variante Ómicron do coronavírus SARS-CoV-2, mas recomendou manutenção de “vigilância ativa”.

“Até agora, não há evidência (prova) de que estas sublinhagens sejam mais severas em termos de risco, hospitalização, risco de morte (…) e de acordo com os dados disponíveis, não há qualquer motivo para alarme, mas temos todos os motivos para manter uma vigilância ativa”, disse o investigador do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), na reunião de peritos que está a decorrer no auditório do Infarmed, em Lisboa, para um ponto de situação sobre a pandemia de covid-19 em Portugal.

Segundo o microbiologista, nos últimos meses entre 75% e 95% das infeções, praticamente em todo o mundo, são causadas pela sublinhagem BA5 da variante Ómicron.

João Paulo Gomes disse que está a crescer a frequência relativa da linhagem BQ1.1 na maior parte dos países onde já deu entrada e “Portugal não é exceção”, adiantando que esta linhagem “tem sido muito publicitada também porque aparentemente está associada a uma fuga ao sistema imunitário”.

“Isto é o que se passa em todo o mundo (…) e, portanto, nós vemos que ela está a crescer em frequência e quando uma linhagem cresce em frequência tem um significado apenas: é mais transmissível”, vincou o investigador na “Sessão de apresentação sobre a “Situação epidemiológica da Covid-19 em Portugal”, que reuniu vários peritos e em que participaram também o Presidente da República e o primeiro-ministro.

João Paulo Gomes disse que a BQ1.1 tem dado “grandes saltos” nas últimas semanas, estimando-se que atualmente cerca de 30% dos casos de covid-19 sejam já causados por esta variante da Ómicron que, adiantou, “inequivocamente é a mais transmissível atualmente”.

O investigador sublinhou ainda que o domínio prolongado da variante Ómicron durante um período de elevada cobertura vacinal e infeção fez com que se estabelecesse “uma imunidade de grupo muitíssimo forte”, o que deu “menos grau de liberdade em termos de evolução viral”.

“As vacinas por reforço original ou bivalente são muito eficazes. Não existem dúvidas quanto a isso, mas aparentemente um pouco menos eficazes contra algumas destas linhagens emergentes”, referiu.

João Paulo Gomes disse ainda não ser consensual a grande vantagem da utilização das vacinas bivalentes sobre as originais.

Por um lado, porque o reforço com as bivalentes parece potenciar apenas ligeiramente a resposta imune e, por outro lado, a infeção natural parece ter um efeito protetor muitíssimo mais vincado, salientou.

LUSA

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