“No futuro, esta descoberta poderá ajudar no tratamento de distúrbios de pigmentação da pele”
Duarte Barral, da NOVA Medical School, liderou um grupo de investigadores que descobriu recentemente um novo compartimento nas células da pele: melanoquerassoma.
Em que consiste o novo compartimento nas células da pele, melanoquerassoma?
Este é um compartimento que permanecia por caracterizar até agora. A caracterização que fizemos permite-nos compreender melhor como é que a melanina se acumula dentro dos queratinócitos da nossa pele numa estrutura semelhante a um chapéu posicionado sobre o núcleo e que se mantém estável nesse local durante a vida útil da célula.
O que muda com esta descoberta no imediato?
Para já, avançámos na compreensão do sistema de pigmentação e compreendemos melhor como os queratinócitos se protegem da radiação ultravioleta. Estes processos também estão envolvidos na definição do tom de pele de cada pessoa.
“Queremos agora interferir com a acumulação da melanina dentro dos queratinócitos como prova de conceito para o uso deste conhecimento na modulação da pigmentação da pele”
E futuramente?
No futuro, este conhecimento poderá permitir conceber estratégias que possam aumentar a proteção da pele contra a radiação ultravioleta e o desenvolvimento de cancros. Além disso, poderá contribuir para o desenvolvimento de estratégias para interferir com a pigmentação, no tratamento de distúrbios da pigmentação como o lentigo solar e o melasma.
Quais os próximos passos desta investigação?
Queremos agora interferir com a acumulação da melanina dentro dos queratinócitos como prova de conceito para o uso deste conhecimento na modulação da pigmentação da pele. Também queremos perceber o papel da radiação ultravioleta no processamento de melanina dentro dos queratinócitos e continuar a aprofundar o conhecimento sobre os mecanismos moleculares e celulares que conferem à pele de cada indivíduo um tom característico.
MJG
Notícia relacionada