Medicina do Viajante – uma área em constante atualização
Médica de família na USF Querer Mais – ACeS Arco Ribeirinho/Consulta do Viajante no Centro de Vacinação Internacional do ACeS Arco Ribeirinho

Medicina do Viajante – uma área em constante atualização

Nos tempos atuais em que há um incremento exponencial do tráfego de passageiros em rotas intercontinentais, é fundamental o desenvolvimento desta área que aposta na recomendação de medidas preventivas (e curativas) a adotar antes, durante e depois de viagem de acordo com o destino, o tipo de viagem e o próprio viajante. Assim também contribui para o controlo de certas doenças endémicas e para evitar que estas sejam introduzidas noutros países (ou reintroduzidas, caso de se tratar de doenças já erradicadas).

Nesta área, a informação é dinâmica e está em constante mudança, sobretudo devido aos surtos que surgem periodicamente. Por este motivo, os médicos que fazem estas consultas não podem nunca limitar-se às mesmas recomendações, uma vez que estas próprias mudam com frequência. É portanto imprescindível saber que fontes de informação fidedignas consultar, tendo sempre em conta o fator “indivíduo”, dado que nem todas as recomendações são iguais para todos.

Existem certos grupos especiais – nomeadamente grávidas, crianças e imunodeprimidos –  a ter em conta por terem recomendações específicas, nomeadamente certas vacinas e/ou medicação que são contraindicadas nestes grupos. Deste modo é importante fazer o levantamento dos antecedentes pessoais bem como dos detalhes da viagem para se fazer um plano de recomendações o mais individualizado possível.

Nas consultas é verificado se as vacinas estão atualizadas de acordo com o Plano Nacional de Vacinação, bem como outras vacinas relevantes que tenham tomado. As vacinas que são apenas adquiridas nos centros de vacinação internacional são para a febre amarela (1 dose é vitalícia) e para a febre tifoide (validade de 3 anos). Existem outras vacinas a considerar de acordo com a situação, que podem ser adquiridas na farmácia.

São transmitidas recomendações sobre prevenção de picadas de inseto, que incluem repelentes, entre outros. Contudo, em certos locais, o repelente é insuficiente comparativamente ao risco de desenvolver Malária, pelo que se torna necessário fazer quimioprofilaxia. Igualmente importante são as recomendações alimentares, nomeadamente o uso de água sempre engarrafada e a evicção de alimentos crus. O viajante também é incentivado a levar medicação de suporte para certas intercorrências como diarreia – a chamada “farmácia do viajante”.

Para além desta dimensão, esta área também explora medidas diagnósticas e curativas, sinais e sintomas que possam surgir após alguma viagem e que possam estar relacionadas com doenças endémicas dos países visitados.

As manifestações após viagem mais frequentes são febre, diarreia, alterações cutâneas e sintomas respiratórios. É necessário ter especial atenção para a febre dado que, caso sejam excluidas doenças mais prevalentes no nosso país, é imperativo que sejam excluídas doenças como malária, que necessitam de cuidados urgentes.

Em suma, consiste numa área em que é exigida atualização constante das recomendações, com componente maioritariamente preventiva, cujo objetivo é capacitar os utentes com informação que permita que possam desfrutar da viagem da melhor forma.

 

Print Friendly, PDF & Email
ler mais
Print Friendly, PDF & Email
ler mais