15 Set, 2020

Mais de 51% das novas infeções ocorreram em pessoas entre 20 e 49 anos

Dos 613 novos casos registados esta segunda-feira, apenas 10% têm idade superior a 70 anos. Números obrigam “a reflexão coletiva” sobre os comportamentos individuais, diz António Sales.

Mais de 51% das novas infeções de covid-19 ocorreram em pessoas com idades entre os 20 e os 49 anos, números que obrigam “a uma reflexão coletiva” sobre os comportamentos individuais, defendeu o secretário de Estado da Saúde.

“Estamos numa nova fase da pandemia, dos 613 novos casos de hoje, apenas 10% têm idade superior a 70 anos, o grupo etário onde é maior o risco de complicações decorrentes da covid-19”, adiantou António Lacerda Sales na conferência regular sobre a infeção por SARS-CoV-2, o novo coronavírus que provoca a doença covid-19.

O governante salientou que “mais de 51% das novas infeções” foram observadas em pessoas entre os 20 e os 49 anos, o que, se por um lado, “se trata de uma boa notícia”, porque mostra que se tem “conseguido preservar a saúde dos mais vulneráveis”, por outro lado, obriga “a uma reflexão coletiva sobre os nossos comportamentos individuais”.

“Numa altura em que a mobilidade da generalidade dos cidadãos aumenta, com o regresso de férias e, sobretudo, com o arranque do ano letivo, hoje e durante a semana por todo o país, é importante que todos continuemos conscientes do nosso papel na limitação da propagação do vírus”, defendeu Lacerda Sales.

Nesse sentido, sustentou, “não podemos vacilar neste caminho de contenção que é o único de que dispomos neste momento em que Portugal entrará de novo numa situação de contingência generalizada em todo o país”.

 

Atual padrão epidemiológico não prevê aumento da mortalidade

 

A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, acrescentou que o atual padrão epidemiológico em Portugal, em que os novos casos aparecem sobretudo em adultos jovens, relativamente saudáveis, “é de certa forma protetor em relação à mortalidade”.

“Há aqui este esforço de proteção dos mais vulneráveis”, que são as populações mais idosas e mais doentes, e “o atual padrão epidemiológico da distribuição dos novos casos não faz prever um aumento da mortalidade”, disse Graça Freitas.

Segundo a diretora-geral da Saúde, é um “padrão diferente” do que ocorreu na primeira fase da epidemia em que houve muitas pessoas com mais idade abrangidas e a letalidade foi superior.

Contudo, assegurou, as autoridades de saúde vão continuar muito atentas e a acompanhar os casos em termos de incidência, a sua gravidade em termos de internamento e internamento em unidades cuidados intensivos e a sua “gravidade máxima” que é expressa na letalidade e na mortalidade.

António Lacerda Sales defendeu, por seu turno, que a população tem “obrigação de na rua, no trabalho e em família tudo fazer para garantir” que o Serviço Nacional de Saúde, que comemora na terça-feira 41 anos “continue a ter a capacidade para dar resposta a esta doença, mas também a todas as outras”, vincou o governante.

Para isso, os serviços de saúde continuarão a ser reforçados, disse, lembrando que desde março já foram contratados mais de 4.700 profissionais de saúde para o combate à pandemia.

SO/LUSA

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